Bebê anencéfalo completa nove meses e está bem de saúde
As três mensagens seguintes são do: MDV - MOVIMENTO EM DEFESA DA VIDA - www.defesadavida.com.br
PRESIDENTE LULA, DESISTA DE LEGALIZAR O ABORTO !
Não ao PL 1135/91 que libera o Aborto no Brasil
Bebê anencéfalo completa nove meses e está bem de saúde
Luciano Batista
CN Notícias - Patrocínio Paulista, SP
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=239831
Polêmica
Na semana passada a revista Veja publicou uma matéria que não agradou parentes, amigos e a médica que cuida de Marcela. Segundo a reportagem Marcela não sabe o que é dor física ou emocional. Esta afirmação é constestada pela pediatra Márcia Beani Barcellos. "Ela sente dor sim! Quando tinha cólicas ela ficava incomodada como qualquer outra criança na idade dela". Ainda segundo a reportagem, Marcela é apenas uma excessão para a medicina. "Ela é uma grande surpresa para todos nós. Não podemos comparar o caso da Marcela com o que qualquer outro caso já que na literatura médica, nenhum bebê anencéfalo viveu tanto tempo assim", acrescenta a pediatra.
Ainda segundo a médica, a reportagem da Veja (está no final do mensagem) entrou em contato com ela para saber sobre o caso da menina, mas por outro lado, não publicou nenhuma linha do que foi dito." O que me deixa mais indignada é que escreveram uma reportagem sem conhecer a menina. Se eles tivessem vindo aqui, veriam que a realidade é bem diferente do que foi dito na matéria", desabafa.
Da mesma opinião compartilha a mãe de Marcela, Cacilda Ferreira Galante. "Eles me entrevistaram por telefone. Como podem escrever uma coisa sem ver de perto a menina e não colocar nada do que eu disse?"
Nestes nove meses, Marcela só foi examinada por três médicos: a pediatra, o radiologista João Soares e uma perita do INSS de Franca cujo nome dona Cacilda não se recorda. Mesmo depois desta polêmica, a dona de casa descarta a possibilidade de pequena garotinha ser examinada por outros médicos. “Eu sei que a doença da Marcela não tem cura. Não vejo necessidade de ser examinada por outros médicos. Ela está bem como está”.
Para a médica, Marcela é uma surpresa. “O esperado era que, conforme ela fosse crescendo, necessitasse mais do aparelho. Aconteceu o contrário. Ela usa cada vez menos o aparelho de oxigênio. O tronco cerebral (que mantém os órgãos funcionando) continua satisfatório”
Márcia Beani, assim como Cacilda, não concorda com o que outros médicos falam do bebê. “Falar da patologia qualquer um pode. Agora, falar do paciente Marcela sem conhecê-la é complicado. Há médicos que falam dela sem nunca tê-la visto, sem nunca terem me ligado. Dizem inverdades. Ela não vive em estado vegetativo. Ela chora quando tem cólicas, quando se sente incomodada. Ela sente o toque das mãos da mãe”, disse a médica.
Superando todas as expectativas médicas a menina Marcela de Jesus Ferreira chegou nesta segunda-feira (20) ao seu nono mês de vida. Ela nasceu portadora de anencefalia em novembro do ano passado na Santa Casa da pequena cidade de Patrocínio Paulista, distante 420 km da capital. Ao nascer, segundo os médicos, a garotinha teria apenas algumas horas de vida, mas ela continua crescendo e se desenvolvendo normalmente.
Marcela está cada vez menos dependendo do capacete de oxigênio - que oferece um ar mais puro - e boa parte do dia fica sentada no colo da mãe a agricultora Cacilda Galante Ferreira que deixou a chácara que a família mora na zona rural da cidade para ficar tempo integral com a filha numa casa próxima a Santa Casa. "Ela está crescendo e se desenvolvendo bem", diz a mãe que não fica longe da filha um só instante.
Segundo a pediatra que cuida de Marcela desde o dia que nasceu, Márcia Beani Barcellos, o desenvolvimento da criança está dentro dos padrões para um bebê de nove meses. "A partir do quarto mês a Marcela tem se desenvolvido muito bem. Ela toma as vitaminas de rotina e o calendário de vacinação está em dia." E acrescenta: "A grande surpresa no caso da Marcela é que ela vem apresentando movimentos voluntários porque sendo uma criança com anencefalia, não deveria sentir nada. Ela sente a presença da mãe, tem sensibilidade à luz além de ter movimentos coordenados".
Dona Cacilda não deixa a filha um só minuto. Quando não estão no único quarto da casa que dividem, estão na sala. Marcela gosta muito de ficar no colo da mãe. Esse contato entre as duas tem sido fundamental no dia a dia da família. Um laço que se fez ainda quando Cacilda gerava Marcela e descobriu o problema. "Em nenhum momento pensei em abortar este presente de Deus. Quando ela nasceu eu a consagrei a Deus e enquanto ela estiver comigo, vou cuidar bem dela, aliás, muito bem", diz."Ela tem um amor tão grande pela filha que desde o primeiro momento em que ficaram juntas a certeza que nós tínhamos era de que ela abriria mão de tudo para cuidar da bebê e isso é fundamental", acrescenta a Dra. Márcia.
Dona Cacilda é de uma serenidade inigualável. Quando ainda estava grávida e já sabendo que seu bebê nasceria com problemas, decidiu por levar a gestação até o final e cuidar da criança o tempo que lhe fosse concedido. "O futuro a Deus pertence. Enquanto Deus quiser que ela fique comigo, ela vai ficar". E acrecenta: "Em nenhum momento pensei em abortar. Essa bebê é a coisa mais bonita que Deus poderia ter me dado!"
Uma foto de Nossa Senhora de Fátima está colocada sobre o berço de Marcela. Pequenas imagens de santos também compõe o quarto e recentemente a criança recebeu em casa o seu CPF."Agora ela é uma cidadã!" comenta feliz a mãe.
Para a mãe, apesar dos médicos garantirem que Marcela é incapaz de sentir ou ter emoções, sua filha a reconhece e reage a sua presença. “Eu sei que eles (os médicos) dizem que ela não sente nada. Mas sou eu que fico com ela 24 horas por dia. Eu é que sei o que ela é capaz de fazer ou não. Eles podem falar o que quiserem, mas, no meu coração, eu sei que ela me reconhece”.
Sobre a sobrevida de Marcela, Cacilda a atribui a Deus. “Os médicos não conseguem explicar como ela ainda está viva. Para quem não ia viver mais do que 15 minutos, a Marcela foi longe... Eu sei que isso foi a intervenção de Deus. Ele é que tem mantido ela comigo”.
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Sábado, Agosto 11, 2007
Como sobrevive a menina sem cérebro de 9 meses
A menina sem estrela
http://veja.abril.com.br/150807/p_122.shtml
O drama de Marcela de Jesus, que há quase nove meses resiste a uma cruel anomalia congênita: a ausência de cérebro
Adriana Dias Lopes
Marcela de Jesus Galante Ferreira vai completar 9 meses na próxima semana sem jamais ter sentido o toque das mãos de sua mãe. A menina nunca ouviu um único som e não sabe o que é sentir dor física ou emocional. Desconhece o cheiro e o sabor de qualquer alimento. Sobrevive no mais absoluto vazio. Portadora de uma anomalia congênita cruel – anencefalia, ou ausência de cérebro –, a garotinha resiste graças às funções básicas mantidas pelo tronco encefálico, a única estrutura do sistema nervoso de que dispõe. Composto de fibras nervosas, o tronco encefálico garante os batimentos cardíacos, a respiração e alguns movimentos de sucção. Nada mais. Os bebês anencéfalos, em geral, não duram mais do que três semanas. Marcela é um caso raro na medicina.
Para a Igreja, os nove meses de sobrevida, ainda que vegetativa, são um milagre divino. Marcela foi, inclusive, o símbolo de uma passeata antiaborto organizada em São Paulo, em março passado, que reuniu 5.000 fiéis católicos, espíritas e evangélicos. Para a medicina, Marcela é apenas uma exceção. "É impossível prever quanto o corpo da garotinha vai resistir. Mas é certo que a sua deformidade é absolutamente letal e, contra ela, não há escapatória", diz o geneticista Thomaz Gollop, especialista em medicina fetal do Hospital Albert Einstein.
Os pais da menina, Cacilda e Dionísio, lavradores da minúscula Patrocínio Paulista, cidadezinha no interior de São Paulo, nunca haviam sequer ouvido falar de tal problema congênito. Foi durante um ultra-som de rotina, no quarto mês de gestação, que souberam da anomalia. Os médicos lhes deram uma semana para pensar sobre o que fazer – a permissão do aborto de anencéfalos não está prevista no Código Penal, mas a maioria dos juízes hoje concede alvarás para a interrupção desse tipo de gestação. "Entendi no ato o que eles queriam dizer com aquele tempo que me deram. Respondi que não precisava de nem um minuto a mais para saber que eu levaria a gravidez adiante", diz Cacilda. Com a resignação própria de católicos fervorosos, os pais decidiram acrescentar o "de Jesus" ao nome da filha. "A partir daquele momento, ela nunca mais foi minha. Foi entregue a Deus", diz a mãe. Desde o nascimento de Marcela, o pai só fica na cidade com a mulher aos domingos. Nos outros dias, a fim de poder arcar com o aumento das despesas, ele permanece na roça. As filhas mais velhas – Débora, de 18 anos, e Dirlene, de 15 – passam a metade da semana com Dionísio, ajudando a plantar milho, feijão e verduras. Cacilda parou de trabalhar e deixou de ir à missa aos domingos para cuidar do bebê. É ela quem controla a alimentação de Marcela por sonda. Também aprendeu a perceber o momento exato de colocá-la no concentrador de oxigênio, um aparelho elétrico em forma de capacete que aumenta a oferta de ar quando a criança tem dificuldade de respirar – e que fez a conta de luz da casa saltar de 30 para 200 reais por mês.
A família Ferreira age como se Marcela não fosse diferente dos outros bebês de sua idade. A menina está em dia com a carteira de vacinação do Ministério da Saúde. Toma ferro e vitaminas, como qualquer criança da mesma faixa etária. Apesar dos olhos cegos projetados para fora e de a parte superior da cabeça ser disforme, a garotinha tem fotos feitas pela família. Nelas, aparece usando um gorro, simplesmente. "Minha filha é muito carinhosa. As pessoas ficam tão encantadas com ela que não ligam para o formato de sua cabecinha", diz Cacilda. As reações esporádicas de Marcela aos afagos da mãe, como um meio sorriso que esboça vez por outra, são resultado de reflexos involuntários que não precisam necessariamente passar pelo cérebro.
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