FUNDAÇÕES PRINCIPAIS QUE FINANCIAM O MOVIMENTO DA DESCONSTRUÇÃO SOCIAL - 'QUEER'
Diversas, entre as quais estão a Ford, a Rockefeller e a Buffet.
Vejam abaixo a trama não somente para a liberação sexual, pró-homosexualismo, parecendo incluir o abuso sexual contra a criança e o adolescente, como também o aborto:
A SITUAÇÃO DA DEFESA DA VIDA
sdv@pesquisasedocumentos.com.br
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A INTERNACIONAL DO ABORTO
Apresentação
O colunista Alfredo MacHale acaba de publicar uma matéria que
reúne várias denúncias sobre a organização internacional que
financia e promove a legalização do aborto na América Latina.
Várias destas denúncias já haviam sido publicadas na Internet pelos
diversos movimentos pro vida existentes no Brasil. Além de
reuní-las em um só artigo, MacHale acrescenta novas denúncias.
Apesar de bem conhecidas e fundamentadas, a maioria das pessoas e
inclusive os próprios parlamentares brasileiros ainda não tem
conhecimento destes fatos.
Segundo pesquisa de opinião divulgada pelo IBOPE em 2005,
97% do povo brasileiro é contrário à legalização do aborto. O
Data Folha anunciou na primeira semana de abril de 2007 que a
aprovação ao aborto no Brasil está diminuindo constantemente desde
1993, tendo atingido o seu menor valor desde que as pesquisas
começaram a ser feitas neste início de 2007, e aparentemente
continuando a diminuir. No entanto, cedendo a pressões
internacionais, o governo do presidente Lula é signatário de
documentos oficiais apresentados à ONU nos quais se compromete a
legalizar o aborto no Brasil. Estes documentos são públicos, podem
ser encontrados nos diversos sites da ONU e já foram denunciados em
mensagens de internet repetidas vezes, apesar de jamais serem
veiculados pela grande imprensa. Em concordância com os acordos
firmados com a ONU, em 2005 o governo brasileiro apresentou ao
Congresso um projeto de lei elaborado pela Comissão Tripartite
constituída para este fim pelo governo Lula. Desta Comissão, que
foi anunciada ser representatiova do póvo brasileiro, foram excluídos
como participantes qualquer pessoa ou entidade que fosse contrária ao
aborto. O projeto elaborado, que agora tramiota na Câmara sob o
nome técnico de "Substitutivo do PL 1135/91", pretende
abolir completamente o crime do aborto durante todos os nove meses da
gestação, desde a concepção até o momento do parto. A Deputada
Jandira Feghali, primeira relatora do projeto, perdeu as eleições
de 2006 para o Senado basicamente pelo extenso trabalho de apoio a
este projeto do governo Lula. Porém, segundo anunciado pelo
presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da
Câmara, o projeto será novamente coloicado em votação no máximo
até novembro de 2007.
O artigo abaixo descortina uma amostra da pressão internacional que
está por trás deste projeto e da promoção ao aborto na América
Latina em geral. Apesar de grande, não existe outra maneira de
conscientizar o povo sobre estes fatos senão a leitura e a divulgação
destas informações. A defesa da vida e do ideal democrático exige a
participação dos cidadãos naquelas questões em que grandes
interesses de pequenos grupos trabalham para que a verdade seja mantida
oculta.
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A INTERNACIONAL DO ABORTO: IMENSA
MÁQUINA PARA IMPOR O GENOCÍDIO DE
NASCITUROS AO MUNDO INTEIRO
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/93AFC0BA-3048-560B-1C767FBA178E3810/mes/Julho2007
Alfredo MacHale
Tornou-se notória ultimamente a convergência de forças
internacionais visando impor o crime do aborto na totalidade dos
países, utilizando todos os meios possíveis para alcançar o seu
funesto objetivo: a completa liberação do assassinato de inocentes.
A ofensiva para implantar legalmente o aborto no mundo inteiro adquiriu
força a partir de 1973, quando a Corte Suprema dos Estados
Unidos sentenciou, no caso Roe x Wade, que a penalização desse
crime feria a Constituição americana por violar o direito à
privacidade das mães que quisessem abortar.
A aprovação do aborto pela referida Corte constituiu um pecado que
clama ao Céu por vingança, e querer justificá-lo com argumentos de
"privacidade" é uma burla feita a Deus. Ao Estado cumpre
prevenir, inibir e reprimir os assassinatos, nunca autorizá-los.
Tanto mais quando eles são perpetrados contra vítimas inocentes e
indefesas, por iniciativa daqueles mesmos que lhes deram a vida!
Desde aquela sentença - verdadeiramente de morte, de uma crueldade
sem paralelo, que provocou a execução sumária e impune de milhões
de nascituros - o aborto vem sendo aplicado nos EUA, com a
agravante de que independe dos meses de gestação já transcorridos.
Ou seja, é aplicável também no caso de bebês em vésperas de
nascer, portanto com a plenitude dos sentidos, sendo submetidos a
sofrimentos inenarráveis.
Antes disso a ofensiva abortista já existia, mas se manifestava
substancialmente através de sua prática ilegal e clandestina,
portanto limitada. Após essa decisão nefasta, dezenas de países
foram se perfilando na lista macabra dos imitadores de Herodes. Mais
uma vergonhosa contradição de nossa época, que se caracteriza pelo
horror ao sofrimento e incontáveis pessoas não poupam esforços para
evitá-lo.
A OFENSIVA ASSASSINA ESTENDE-SE À
EUROPA
Nos anos seguintes, a despenalização do aborto estendeu-se aos mais
importantes países europeus, hoje integrados à União Européia
(UE), a qual vem lutando para implantá-lo em todas as nações
que a compõem, e também naquelas sobre as quais exerce alguma forma
de influência.
Muitas vezes a legalização do aborto de início limita-se a certos
casos, ficando para uma segunda etapa sua aceitação mais geral.
Quando isso sucede, as mesmas forças que intervieram para abrir a
primeira brecha empenham-se em ampliá-la cada vez mais, até obterem
a liberalização e a impunidade completas, as quais normalmente não
demoram muito tempo em se produzir.
Esse processo começou em países protestantes, para depois atingir os
católicos, e afetou as nações mais desenvolvidas antes de alcançar
as subdesenvolvidas. Assim, um a um os países europeus foram se
somando a esse autêntico genocídio programado de nascituros, sendo
Portugal o mais recente em fazê-lo.
Ainda há resistências em algumas nações que a União Européia
não conseguiu dobrar, e às quais ela não poupa ameaças e pressões
para obter que também capitulem. Entre elas está a Polônia. As
ameaças estendem-se ainda a países extrínsecos ao bloco, sob a
forma de sanções econômicas, comerciais, migratórias ou outras,
caso não adotem o sinistro código de Herodes.
Mais. Continuamente estão sendo elaboradas novas versões do
Direito em seus diversos ramos (Penal, Civil, Internacional,
etc.), segundo as quais não só o aborto é permitido, mas
constitui delito que os médicos, hospitais e clínicas se recusem a
praticá-lo. A perseguição estende-se assim às consciências.
OBSTÁCULOS À IMPLANTAÇÃO DO ABORTO EM
NÍVEL MUNDIAL
Não obstante, o panorama mundial para os abortistas não é nada
favorável, pois não cessa de crescer a reação da opinião pública
norte-americana - e de outras nações - contra a imensidade do
massacre perpetrado todos os anos contra os nascituros.
Tal reação significa até agora que, em mais da metade dos EUA,
o aborto está sendo progressivamente dificultado. E a própria
sentença de 1973, que declarou conforme à Constituição do
país o aborto em quase todas as suas formas, está em via de ser
submetida a uma revisão.
A isso deve-se acrescentar que as forças conservadoras daquele país
aumentaram muito seu poder, de modo a impor aos políticos liberais e
amorais muitos retrocessos que há três décadas eram simplesmente
inconcebíveis.
Ao mesmo tempo, em muitas nações européias, nas quais a legalidade
do aborto foi estabelecida há várias décadas, vão se produzindo
reações vigorosas, pois tornam-se patentes as conseqüências
nefastas que a despenalização desse crime vem causando no Velho
Mundo.
Essa reatividade produz-se, em grande parte, porque o aborto
contribui para manter muito baixa, ou até negativa, a taxa do aumento
demográfico, em virtude da qual a Europa vai se "deseuropeizando"
em favor de populações oriundas de outros países, de modo especial
muçulmanos.
Embora tal razão seja em grande parte pragmática, por não se
relacionar proximamente com princípios, ao menos é manifestação de
um pouco mais de bom senso numa civilização em que este encontra-se
muito reduzido e, em certos setores, até mesmo ausente por completo.
PODEROSAS FORÇAS EMPENHAM-SE PARA
IMPOR O ABORTO NO MUNDO
As forças que tramam a imposição mundial do aborto adotam como regra
quase geral: a) dissimular ao máximo que seus esforços são voltados
diretamente para esse objetivo; b) apresentar-se com freqüência
como aquilo que não são, para produzir desinformação, tornando
assim mais fácil a obtenção de sua meta.
Por exemplo, poucos conhecem o enorme trabalho que a descomunal
máquina abortista desenvolve no Brasil nesse sentido, e quanto ela
penetrou nas instâncias estratégicas da política governamental,
atuando para esse objetivo contra a opinião da grande maioria do povo
brasileiro, que é contrária à legalização e à prática do
aborto.
Menor ainda é o número dos que estão cabalmente informados sobre as
organizações que elaboraram tal estratégia e realizam e controlam
esse trabalho, todas elas com sedes no exterior, de onde decidem o que
será implantado no Brasil, nas Américas e no mundo. Em suma, as
pessoas realmente decisivas não aparecem, e as que o fazem estão
longe de ser as mais importantes.
A REDE MUNDIAL CATÓLICAS PELO DIREITO
DE DECIDIR - CDD
Encabeçada pela entidade norte-americana Catholics for a Free
Choice (Católicas por uma livre escolha), a CDD segue a
referida tática de apresentação enganosa. Tal entidade, de
católica só tem o nome, escolhido evidentemente para confundir, ter
mais influência na sociedade e produzir a sensação de que na Igreja
há uma corrente abortista, de modo que os católicos pareçam
divididos. Sua verdadeira meta é a implantação definitiva e
irreversível do aborto em todo o mundo e em todas as circunstâncias.
Em sua página da internet, apresentam-se como um "grupo
ecumênico", com colaboradores de diversas religiões, mas sem
vínculo com elas. Sua dirigente máxima, Frances Kissling, é uma
ex-freira que abandonou o convento em 1974 e não professa nenhuma
religião.
São significativas, a esse respeito, suas palavras: "Saí porque
não acreditava. Lembro-me de algumas conversas que tive com outras
irmãs e postulantes sobre controle da natalidade, divórcio e segundo
casamento. Eu não cria no que a Igreja ensinava sobre essas coisas.
A idéia de ser uma representante da Igreja constitucional, ao mesmo
tempo em que discrepava dessas posições, não tinha sentido para
mim. Eu não concordava com os ensinamentos da Igreja [...]. E
assim, quando deixei o convento, parei de ir à igreja. Pode-se
dizer que a partir desse ponto eu não era mais católica ativa. Mas
eu mesma, particularmente, não me considerava mais uma católica".
Posteriormente, quando ingressou na CDD para um cargo diretivo,
julgou conveniente reincorporar-se à Igreja, obviamente por razões
táticas, e só dos lábios para fora, não tendo pejo em declarar:
"Quando disse que voltei à Igreja, nunca voltei nos antigos
termos. Voltei à Igreja como agente da transformação social,
voltei à igreja da mulher" (Sic).
ATUAÇÃO DE ONGS E PODEROSAS FUNDAÇÕES
PRÓ-ABORTO
A CDD é financiada - juntamente com uma miríade de outras ONGs
que atuam no mundo inteiro para o mesmo fim - por uma impressionante
rede de poderosas fundações privadas, constituídas e impulsionadas
pelos maiores potentados norte-americanos. Estes definem as
estratégias, escolhem e remuneram os cúmplices, e normalmente não
aparecem para o público, pelo menos a propósito do aborto.
Obviamente, essas fundações -- entre as quais estão a Ford, a
Rockefeller e a Buffet -- são as vozes decisivas, porque as
ONGs abortistas tanto podem prosperar como decair e desaparecer em
questão de semanas, conforme obtenham ou não daquelas os donativos
para a sua atuação.
O grosso das informações sobre Católicas pelo Direito de Decidir
- CDD está contido numa entrevista de mais de sete horas de
duração, concedida em 2002 por Frances Kissling, a qual pode
ser vista na página
http://www.smith.edu/libraries/libs/ssc/prh/transcripts/kissling-trans.html.
A entidade é internacional, com sede em Washington, e colabora com
a promoção do aborto nos EUA, em todos os países da América
Latina e na União Européia. Está iniciando sua expansão pela
África, não escondendo o desejo de intervir também na Ásia,
especialmente devido ao enorme contingente populacional ali existente.
O relato da própria entidade deixa transparecer a existência de uma
imensa máquina destinada a impulsionar o aborto em nível mundial, a
qual se move por uma ideologia totalmente diferente da que os seus
agentes declaram. São essas fundações internacionais que traçam
há várias décadas as estratégias e financiam os trabalhos a serem
realizados pelas organizações locais. Somente estas últimas têm
alguma visibilidade, e limitada a um muito reduzido público.
Para a maioria da população, tais organizações nem sequer
aparecem, apesar de haver várias centenas delas no Brasil e milhares
no exterior, disseminadas por todo o mundo numa rede estrategicamente
coesa e coordenada. Para o grande público - inclusive para muitos
políticos e responsáveis pelo destino das nações - a pressão pela
legalização do aborto se apresenta como um fenômeno natural, suposto
efeito inevitável do desenvolvimento da História, da expansão das
comunicações ou das mudanças políticas, contra as quais pouco ou
nada pode ser feito. Contudo, por trás dos bastidores tudo está
meticulosamente planejado.
Em fins dos anos 70, Frances Kissling tornou-se presidente da
CDD, até então existente quase só nominalmente. Pode-se
constatar aí o poder das fundações que financiam a expansão do
aborto, pois a CDD era então a menor entre as organizações com
esse fim, mas já contava com um orçamento anual de 250 mil
dólares, que desde então não parou de crescer. Este fora obtido
inicialmente das mesmas fundações, que alguns anos antes haviam
financiado a entrada da International Planned Parenthood Federation
- IPPF (Vide quadro abaixo) e do International Pregnancy
Advisory Services - IPAS na montagem das redes de clínicas de
aborto. Entidades, aliás, com as quais Kissling já havia
trabalhado.
De acordo com reportagem publicada pelo "The New York Times" em
2 de fevereiro de 2007, "o orçamento [anual] da seção
norte-americana da CDD é de três milhões de dólares, sendo
amplamente financiado por fundações bem conhecidas, entre as quais a
Fundação Ford" (cfr. Backing Abortion Rights while Keeping
the Faith:
http://nytimes.com/2007/02/27/us/choice.html?pagewanted=2&
r=1.
A filial mexicana da CDD conta com um orçamento anual de um milhão
de dólares. A brasileira, com orçamento bem próximo disso, é a
maior depois da mexicana, e foi fundada nos anos 90 graças à
intervenção da Fundação MacArthur. Sua sede paulistana
situa-se no 6º andar de um prédio pertencente aos padres carmelitas
de São Paulo, sendo que nesse mesmo prédio, no 5º andar, a
CNBB tem a sede de sua Regional Sul-1.
Frances Kissling permaneceu fora da Igreja por mais de 15 anos, de
1963 a 1979, quando se incorporou à CDD. Para se
justificar desse pseudo- retorno, diz que se considera "uma pessoa
espiritual". No que ela crê? Responde que "esta vida tem um
sentido", e ela está aqui "para fazer alguma coisa", tem
obrigação de fazer alguma coisa. Isto, segundo ela, é uma
crença, porque a vida poderia ser totalmente sem sentido.
Em 1999 a CDD organizou a campanha mundial "See Change"
(mudança da Sé), por ocasião do debate relacionado com o aborto,
visando destruir a influência da Santa Sé na ONU. Exigia que a
ONU deixasse de reconhecer o Vaticano como estado independente e o
rebaixasse ao status de uma mera ONG, como a CDD.
A campanha contou com o apoio de milhões de dólares provenientes das
fundações Ford, Hewlett-Packard, Buffet e outras. Terminou
dois anos depois quando, apesar de todo o dinheiro empregado, a
Assembléia Geral da ONU confirmou o status da Santa Sé como
membro pleno.
A BATALHA PARA DERRUBAR A "OBJEÇÃO DE
CONSCIÊNCIA"
"Assim, caso se consiga refutar a posição católica, ter-se-á
refutado todas as demais. Nenhum dos outros grupos religiosos
realmente tem declarações tão bem definidas sobre a personalidade,
sobre quando a vida tem início, sobre fetos, etc. Assim, caso se
derrube a posição católica, se ganha", afirma militante
abortista. Daí o combate dos pró-aborto contra a Igreja
Católica.
Atualmente a CDD - juntamente com outras entidades abortivas --
pressiona a União Européia para que revogue várias concordatas
entre alguns dos países que a constituem e a Santa Sé, bem como
para que seja extinto na Europa o direito à objeção de
consciência, dos médicos que se recusam a realizar abortos.
O que a CDD deseja é implantar o aborto em todo o mundo,
ditatorialmente e de modo irreversível. Segundo Kissling, enquanto
os movimentos se limitarem a legalizá-lo, nenhuma conquista será
definitiva. Ele só será irreversivelmente estabelecido quando,
além de se mudar a legislação, forem derrubadas as objeções morais
em relação a ele.
"O argumento dos bispos - acrescenta - afirma que o aborto é um
assassinato, que abortar é matar, e que a vida começa na
concepção. Mas esta perspectiva católica é o lugar adequado para
se começar o trabalho [abortista], porque a posição católica é a
mais desenvolvida. Assim, caso se consiga refutar a posição
católica, ter-se-á refutado todas as demais. Nenhum dos outros
grupos religiosos realmente tem declarações tão bem definidas sobre a
personalidade, sobre quando a vida tem início, sobre fetos, etc.
Assim, caso se derrube a posição católica, se ganha". Daí a
importância que os abortistas dão ao combate contra a Igreja
Católica.
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE
PATERNIDADE PLANIFICADA
A IPPF tornou-se hoje a maior promotora de abortos na América e
no mundo. A IPPF é uma organização multinacional, fundada por
movimentos feministas em Londres e Bombaim na década de 50, para
promover o aborto em todo o mundo. Utiliza um nome diferente da
realidade, pois o público entende por planificação familiar o
controle da natalidade, e não o aborto. Mas é a este que a
organização se dedica.
A filial norte-americana da IPPF detém uma rede que abarca 20%
de todas as clínicas abortistas dos Estados Unidos e é a maior
promotora da matança de nascituros nesse país. Sua página na
internet contém abundante propaganda do aborto, e informa que deseja
transformar em seguros os 19 milhões de abortos inseguros anuais que
afirma haver no mundo - o que, em muitíssimos casos, significa
também legalizá-los e aumentar seu número. Para isso atua em
189 países - ou seja, em todo o mundo -, 29 dos quais nas
Américas: portanto, no continente americano inteiro.
Até 1973, ano da sentença da Suprema Corte no caso Roe x
Wade, a IPPF só trabalhava na propaganda pela legalização da
prática, mas não queria entrar diretamente no negócio das clínicas
"para não ser estigmatizada" pelo público. Mas, segundo Frances
Kissling, as fundações que financiam as atividades da IPPF
obrigaram-na a entrar diretamente na estruturação e gerência da
própria prática do aborto, tornando-se hoje a maior promotora de
abortos na América e no mundo.
Com freqüência, as filiais da IPPF nos diversos países adotam
nomes que pouco ou nada condizem com a realidade de suas atividades e
propósitos, indicando tão-só a aparência que desejam ostentar:
Associação para a Proteção da Família, Instituto de
Paternidade Responsável ou Sociedade Civil de Bem-estar
Familiar, por exemplo. Mas, ao se analisar os seus trabalhos,
conclui-se que na realidade o substancial de sua ação é executar
abortos.
PRESSÃO SOBRE OS ESTADOS BASEADA EM
CONFERÊNCIAS MUNDIAIS
De acordo com as suas próprias palavras, a CDD procura aprofundar
o debate no que se refere à interrupção voluntária da gravidez,
"ampliando a discussão nos seus aspectos éticos, médicos e legais,
e lutando pela despenalização e legalização do aborto". Além do
mais, exige do Estado o cumprimento dos compromissos assumidos nas
conferências mundiais organizadas pelas Nações Unidas no Cairo
(1994) e em Pequim (1995), assim como a implementação de
programas de educação sexual segundo a perspectiva dos "direitos
sexuais e reprodutivos".
A CDD afirma participar, com o movimento das mulheres, "das
atividades da Campanha pela Despenalização do Aborto na América
Latina e no Caribe, no dia 28 de setembro, porque consideramos que
o estado deve garantir o direito que as mulheres têm, de decidir sobre
seu corpo, sua sexualidade e sua reprodução. A tradição
teológica cristã permite recorrer à própria consciência para tomar
decisões éticas e exercer o sagrado direito de decidir. Por isso
apoiamos a luta pela despenalização e legalização do aborto".
A CDD também apóia a "Marcha do Orgulho GLBT (Gays,
Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), que se realiza todos os
anos em diversas cidades do país, em comemoração ao Dia do Orgulho
GLBT", pois defende "a vivência livre, prazenteira e
responsável da sexualidade, além de afirmar a possibilidade da livre
orientação sexual".
Segundo William A. Donohue, presidente da Catholic League for
Religious and Civil Rights
(http://www.catholicleague.org/cffc.htm), Frances Kissling
afirma que passou 20 anos procurando um governo que ela pudesse tentar
derrubar sem cair na prisão, e que finalmente o encontrou na Igreja
Católica. E acrescenta que os representantes do Vaticano
falsificaram, distorceram e mentiram sobre o que as mulheres desejam.
Assim, Donohue conclui: "A CDD é freqüentemente descrita como
a maior organização católica a favor da livre escolha, o que é
duplamente falso: não é católica e não é uma organização. Foi
abertamente denunciada, tanto pelo Vaticano como pelos bispos
norte-americanos, como uma fraude; e não tem membros".
ESFORÇOS INTENSIVOS PARA IMPLANTAR O
ABORTO NA AMÉRICA LATINA
Devido às reações contra o aborto, que ultimamente vêm despontando
em muitas nações, os ativistas contra a vida e a natalidade temem que
se produza em futuro próximo uma verdadeira onda de medidas de
penalização do aborto, e querem evitá-la de todos os modos, pois
poderia estimular um fenômeno mundial no mesmo sentido.
Aumentam então, tais ativistas, as pressões e maquinações sobre
os países da América Latina, África e Ásia para que implantem o
quanto antes o aborto, e dentro do possível se produza uma onda a
favor dele. Tentando, assim, diminuir a crescente onda
anti-abortista.
Em todo caso, o problema não é de fácil solução para os
promotores do aborto, sobretudo na América Latina, por mais que
tenham cúmplices, colaboradores e "inocentes úteis" em muitos
setores. Isso porque a opinião católica do continente é totalmente
contrária à legalização desse crime, a ponto de tornar
impraticável obter sua aprovação como lei, tanto mediante trâmites
legislativos quanto através de plebiscitos.
Com efeito, nos poucos casos em que foram propostos plebiscitos sobre
a matéria, como no Brasil, os próprios abortistas expressaram sua
oposição, porque quase com certeza o perderiam. Analogamente, a
hipótese de aprová-lo por lei também é esquivada, uma vez que os
parlamentares que votassem a favor, muito provavelmente não seriam
reeleitos.
Para resolver esse impasse, os abortistas tiveram que elaborar uma
estratégia muito mais complexa e enganosa, apelando para pressões dos
meios de comunicação e para sentenças amorais de certos organismos
judiciais.
MISTIFICAÇÕES GROSSEIRAS PARA
CONFUNDIR A OPINIÃO PÚBLICA
A primeira medida tomada pelos abortistas foi preparar e pôr em
circulação uma série de sofismas, mistificações e slogans para
confundir e enganar setores da opinião pública, sobretudo os mais
modestos.
Assim, até nos acordos internacionais começaram a ser usadas
expressões como "anticoncepção de emergência", "direitos sexuais
e reprodutivos", "direitos básicos da mulher", "maternidade
segura", "serviços obstétricos de emergência", etc., as quais
correspondem a conceitos que de algum modo incluem o aborto, sem que
muitos se dêem conta do seu real significado.
É freqüente os abortistas alegarem que as mulheres estariam sendo
discriminadas em alguns países, porque as que se submetem ao aborto
correm o risco de prisão por cometerem um crime, enquanto para os
homens não existe nenhum tratamento de saúde que signifique esse
perigo.
Poder-se-á dizer que tal sofisma é tosco, porque o aborto é o
assassinato do filho antes de nascer, e não um tratamento de saúde.
Mas o fato concreto é que já existem sentenças judiciais que se
basearam em raciocínios desse jaez.
Outra falsidade amiúde repetida é que os bebês ainda não nascidos
fazem parte do corpo das respectivas mães, e que o direito que estas
têm sobre seus corpos facultar-lhes-ia praticar o aborto quando
quisessem. É um argumento sem o menor valor, mas tem servido de base
em sentenças judiciais para se obter a impunidade desse crime.
Outro sofisma muito utilizado afirma que, sendo o direito à vida o
mais básico de todos os direitos, deve ser garantido por lei, o que
é evidentemente certo. Mas distorcem a sua aplicação quando
acrescentam que um alto número de mortes de mulheres se produz por
causa dos abortos clandestinos, praticados em condições inseguras e
insalubres. Isso, no parecer dos abortistas, tornaria obrigatório
despenalizar o aborto para garantir a impunidade dessas mulheres, que
assim não correriam o risco de serem presas nem de morrerem.
Além do mais, é usual que os termos utilizados pelos burocratas
internacionais promotores do aborto - "direitos humanos", por
exemplo -, não tenham acepções definidas nem fixas, mas sejam
totalmente evolutivas, segundo "palavras de ordem" que eles vão
formulando. De tal modo que, com o passar do tempo, os acordos
firmados entre países são reinterpretados segundo os significados
novos postos em vigor pela propaganda. Produz-se assim uma confusão
jurídica em cuja sombra os governos dos países signatários desses
acordos são pressionados para implantar políticas abortistas que de
fato nunca aceitaram.
Um caso notório se dá com os chamados "direitos sexuais e
reprodutivos" atribuídos às mulheres, entre os quais com
freqüência se menciona o suposto direito delas de se submeterem ao
aborto. Cada vez que a expressão é incluída num acordo
internacional, os países signatários dão margem a que no futuro lhes
seja cobrada pelos burocratas da ONU a implantação do aborto.
Isso se baseia num pressuposto claramente hedonista, segundo o qual a
vida sexual estaria destinada ao prazer das partes, com exclusão de
qualquer fim superior, como o relacionado com a vida da família e a
procriação da prole.
PRESSÃO INTERNACIONAL SOBRE OS PAÍSES:
ATENTADO À SOBERANIA
Nos últimos anos, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia,
Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Guatemala,
Irlanda, Peru, Polônia, Venezuela, entre outros países, foram
pressionados de diversos modos pelos órgãos da ONU para: a)
modificar suas leis, introduzindo nelas o aborto; b) aumentar o
número de casos em que este é permitido; c) tomar medidas que o
facilitassem. Tudo isso, sempre sob a alegação de que as mulheres
estariam sendo perseguidas pelo fato de nesses países a lei proibir e
castigar o assassinato dos filhos por nascer.
As táticas abortistas vão mais além, no sentido de forçar a
interpretação dos tratados internacionais. Alegam que alguns destes
implicitamente aprovariam o aborto, e exigem que as leis dos países o
aprovem em forma explícita e ampla, o que constitui claro atentado às
soberanias nacionais.
Para isso os abortistas organizam o adestramento intensivo dos
ativistas pró-aborto em universidades adeptas da sua prática, com
vistas a uma ação mais incisiva, coordenada, global e dominante. E
fazem relatórios legais junto aos órgãos da ONU contra os países
que rejeitam o aborto, de modo que os comitês desta iniciem pressões
para que reformem suas leis.
...E NA ARGENTINA.
Também impulsionam uma série de ONGs abortistas, muito
articuladas e solidárias entre si, para que exerçam internamente
pressões e denunciem no exterior supostas violações dos direitos das
mulheres quanto ao aborto, pelo fato de julgarem insuficientes os casos
em que ele é admitido. Desse modo, cresce sem cessar a pressão
sobre os governos para que implantem o aborto de forma definitiva. E
muitos regimes de esquerda não desejam outra coisa, esperando apenas o
momento adequado para fazê-lo, sem despertar maiores reações das
populações.
Essas ONGs às vezes parecem discrepar entre si em certos pontos,
dando uma falsa impressão de pluralismo. Mas, na realidade, elas
cumprem papel análogo ao dos diversos instrumentos de uma orquestra,
ao executarem, na diversidade das notas, a mesma peça musical. Com
efeito, enquanto umas promovem o aborto como expressão do feminismo
radical, outras o querem para limitar muito o aumento demográfico.
Contudo, elas se associam nos momentos-chave, para avançar cada vez
mais rumo à impunidade completa do genocídio abortista.
De início as pressões eram dirigidas contra os governos e
parlamentos, para que impulsionassem leis de aborto. Mas ultimamente
voltaram-se também aos mais altos tribunais de Justiça, no sentido
de obter que usem de todo o seu poder para impor os critérios
abortistas, reinterpretando as leis vigentes segundo essa
orientação, deixando de lado numerosos princípios jurídicos,
textos legais, elementos de jurisprudência reconhecida e, sobretudo,
considerações morais.
APROVAÇÃO DO ABORTO NA COLÔMBIA:
PARADIGMA DE MÁ FÉ
Entre os casos recentes, o mais protuberante ocorreu há um ano na
Colômbia, onde a Corte Constitucional sentenciou que os artigos do
Código Penal que proíbem o aborto seriam inaplicáveis, segundo a
Constituição do país, apesar de esta também o proibir.
Que razões invocou tal Corte para semelhante aberração? Os mesmos
sofismas utilizados pelos abortistas. Em síntese: que os tratados
internacionais prevalecem sobre as leis nacionais; que o critério
permanente dos organismos da ONU é a favor do "direito ao
aborto"; e que, portanto, as normas legais contra este deveriam ser
supressas.
Para isso, ajudaram as notórias e graves incoerências da
Constituição colombiana e o fato de que, por mais absurdas e nocivas
que sejam as sentenças da Corte Constitucional, vêm elas sendo
aceitas há mais de uma década.
Com o tempo, soube-se que a demandante era uma ativista internacional
do aborto, a advogada colombiana Mónica Roa. Depois de se preparar
por longo tempo em antros favoráveis à "matança dos inocentes",
preocupou-se em examinar a lista dos juízes dos diversos tribunais,
para escolher aquele que tivesse magistrados mais afins com as suas
pretensões, e ali apresentou o seu pedido de não-aplicação das
leis anti-abortistas.
Mais ainda. Confessou que, antes de apresentar seu pedido, ela e
seus sequazes "penetraram nas bibliotecas dos magistrados", ou seja,
enviaram-lhes abundantes documentos de doutrina jurídica a favor do
aborto, para que, caso eles quisessem fazer consultas sobre o caso,
encontrassem publicações favoráveis, quase nunca contrárias.
Entretanto, é óbvio que vários desses magistrados já se haviam
previamente comprometido a aprovar o aborto. Tanto é assim que,
alguns meses antes de a demanda abortista ser apresentada, a mesma
ativista havia introduzido outra, no mesmo sentido, que fora recusada
por vícios de forma. A Corte, contudo, indicou à demandante como
ela deveria formular um novo pedido para que fosse aceito. O que ela
fez, conseguindo o resultado que lhe havia sido prometido.
SURPREENDENTE REVELAÇÃO: UMA
CONSPIRAÇÃO ABORTISTA
No Congresso internacional sobre aborto, direitos, subjetividade e
poder, realizado em Buenos Aires em agosto de 2006, a ativista
pró-aborto especialmente entrosada nesses meios, a mencionada
Mónica Roa, em sua conferência deixou "cair a máscara". Ela
acabou revelando as estratégias utilizadas para se obter a aprovação
do aborto na Colômbia, enganando a opinião pública e conseguindo
transformar em lei o que até então era considerado crime. A
finalidade de tal conferência não foi apenas descrever as táticas
empregadas para conseguir a aprovação do aborto na Colômbia, mas
ensinar a todos os ativistas os métodos utilizados, a fim de que eles
os apliquem em seus respectivos países.
Dessa extensa conferência - intitulada Diferentes estratégias para
o acesso ao aborto legal, seguro e gratuito - transcrevemos alguns
excertos:
"Utilizamos três estratégias fundamentais. A primeira consiste
numa mudança no debate pelo aborto. A segunda, numa mudança no
fórum em que se estabelece o debate. A terceira, numa mudança junto
àqueles que estão participando do debate.
O que fizemos primeiramente foi estudar os termos desenvolvidos no
debate. Fizemos um estudo nos arquivos de imprensa desde o ano de
1973, para ver como os meios de comunicação cobriam a questão do
aborto. Constatamos que o debate sempre era de ordem moral e
religiosa. Assim, decidimos mudar radicalmente o rumo do debate.
Tratamos o aborto sempre como um problema de saúde pública, de
direitos humanos e de eqüidade de gênero.
Essa foi a maneira para mudarmos os rumos do debate. Isso tinha
muitas implicações práticas. Uma delas, por exemplo, se dava
quando os jornalistas me pediam entrevistas. Eu dizia: Vocês podem
perguntar, mas não podem me colocar para discutir com um sacerdote,
com algum representante da Igreja Católica, porque o debate que
quero é um debate jurídico, e não um debate moral ou religioso. Se
a Igreja Católica quiser argumentar contra, está perfeito, mas
deve-se discutir como as 'Católicas pelo Direito de Decidir'.
Há representantes delas na Colômbia, são elas que criticam a
posição oficial da Igreja. Se vocês querem falar de moral sobre o
aborto, discutam com as 'Católicas pelo Direito de Decidir'.
Tragam representantes da Igreja Católica, mas tragam também
representantes de outras religiões, para ver que posições elas têm
frente ao aborto. Se vocês quiserem discutir sobre a ação que
apresentei na Corte, têm que trazer-me um advogado
constitucionalista.
A segunda estratégia foi uma mudança de instância. Tinham
apresentado antes cinco ou seis projetos de lei no Congresso da
República, e todos fracassaram. Haviam fracassado claramente
porque, apesar de a Colômbia ser um Estado leigo, a Igreja
Católica continua tendo muito poder dentro do contexto colombiano.
À medida que o processo avançou, encontrei-me com muitos
políticos, que me diziam estar muito contentes em que o tema estivesse
na Corte Constitucional. Se estivesse na alçada deles, a Igreja
Católica iria às populações que elegem esses políticos, e nos
domingos faria sermões contra eles, que assim perderiam os votos.
Diziam isso com tristeza e vergonha, mas de maneira muito realista.
Por isso eles apoiavam que o tema fosse à Corte.
Na Colômbia temos um sistema constitucional que facilita bastante
esse processo, porque qualquer cidadão pode apresentar uma ação de
inconstitucionalidade diretamente à Corte Constitucional.
Finalmente, uma referência à mudança dos autores. Obviamente,
como o debate era originalmente religioso, as primeiras pessoas que os
jornalistas iam entrevistar, quando havia algum debate ou alguma
notícia, era um representante da Igreja Católica. Era a fonte
principal para os jornalistas.
Conseguimos que isso fosse mudado, diversificando e democratizando os
autores. Obviamente, quando falamos de aborto como um tema de saúde
pública, os especialistas em saúde pública têm coisas importantes
para dizer: os médicos, os grupos feministas, ainda que tenham
posições iguais às da Igreja. Neste caso, adotei uma posição
moderada, pedia simplesmente a despenalização do aborto nos casos
extremos.
Em seguida todos os grupos de mulheres feministas saíram dizendo que o
que se necessitava era a despenalização total. Isto me possibilitou
seduzir o setor da população que estava no meio dos dois extremos, e
depois seduzir a maioria da sociedade.
Eu agia junto à parte política; junto às Católicas pelo Direito
de Decidir, criticava a Igreja, o que me ajudava a manter o eixo do
debate; as feministas organizadas faziam passeatas e manifestações em
lugares públicos; os universitários organizavam debates acadêmicos;
os comunicadores sociais escreviam e mantinham os editoriais. Cada
qual apoiava o processo naquilo que sabia fazer. Os médicos
especialistas em malformações falavam de malformações de fetos.
Uma multiplicação de autores, e cada qual falando e fazendo o que
sabia.
Essas foram em geral as estratégias mais importantes para se conseguir
a aprovação do aborto".
PARA OS ABORTISTAS, É INDISPENSÁVEL
AFASTAR O PROBLEMA MORAL
O aspecto fundamental da estratégia é, de um lado, impedir que a
polêmica se situe no terreno religioso e moral, pois certamente eles
seriam derrotados, como sempre sucedeu; e, de outro lado, apresentar
como vítimas as mulheres que não podem abortar.
Mónica Roa acrescentou que é preciso mostrar o aborto como mero
"problema de saúde pública", de "direitos humanos" e de
"eqüidade de gênero"; e as mulheres como vítimas, apresentando
"um caso de alto impacto" sentimental para mover a opinião pública.
Nessa situação, se algum católico notório esgrimisse razões
religiosas ou morais para recusar a medida, por esta significar a morte
de bebês, as promotoras deviam dizer que o modo de resolver esse
aspecto da questão seria uma polêmica entre católicos
anti-abortistas e católicos abortistas (!), como as assim chamadas
"Católicas pelo Direito de Decidir".
Entretanto, esse grupo é minúsculo e insignificante. Sua
notoriedade provém tão-só da incoerência e extravagância do nome.
Já mostramos acima as inescrupulosas táticas que ele aplica, e que
é uma farsa ele auto-intitular-se católico, pois nada tem de
católico. Não só por ser abortista, mas também porque muitas de
suas dirigentes se afastaram da Religião ou nunca a tiveram. É
conduzido por uma ex-freira, hoje abortista confessa e agitadora
internacional a favor do aborto sem restrições.
A opinião pública, contudo, não sabe disso. Julga que esse grupo
representa um setor dentro da Igreja, e que cumpre dialogar com ele,
pois é um efeito do desacordo interno entre católicos. Para se
entender ainda melhor o que é esse grupo, veja-se a seguinte notícia
a respeito de sua ligação com o movimento homossexual: "Um dos
destaques [na parada homossexual] será a participação de um grupo
de católicas. Formada basicamente por lésbicas, a ONG
'Católicas Pelo Direito de Decidir' estará em três trios
elétricos. 'Nossa intenção é desconstruir o discurso
fundamentalista de alguns religiosos', afirmou a presidente do grupo,
Valéria Melk" ("O Estado de S. Paulo", 6-6-07).
A polêmica entre católicos não chega, pois, a ter importância
alguma para a aceitação ou recusa do aborto, e às vezes nem sequer
se realiza. Contudo, essa manobra permite criar obstáculos à
intervenção da Igreja no debate, e assim favorecer os abortistas.
Por falta de esclarecimento, a tática surtiu efeito. Muitos
anti-abortistas, inclusive o próprio presidente Lula, terminaram
repetindo mecânica e ingenuamente o disparate de qualificar o aborto
como mero "problema de saúde pública". E prescindindo das
considerações morais que, no entanto, são compartilhadas pela
imensa maioria da população brasileira.
No caso da Colômbia, o episcopado teve uma reação de aparente
desconcerto: alguns prelados reagiram energicamente, mas foram
desautorados por colegas que não queriam polêmica; outros falaram de
excomunhão para os abortistas, mas nenhum deles chegou a
formulá-la; outros ainda convocaram manifestações improvisadas,
que resultaram em fracasso; e a maioria ficou calada e paralisada,
como se, de antemão, desse a batalha por perdida.
Assim, se em algo coincidiram entre si os pastores, foi em consentir
que a polêmica se estabelecesse só no aspecto jurídico, e não no
religioso e moral. Com isso perderam quase toda a força dos
argumentos e muito da influência mobilizadora sobre a população
católica.
Para isso colaboraram evidentemente elementos da imprensa conluiados
com os mesmos ativistas. Cada vez que tratavam do tema, apresentavam
dois lados: um organizado e frontal, a favor do aborto; outro
desorientado e omisso, que simplesmente pedia que o aborto fosse
recusado, mas omitindo os argumentos mais fortes e decisivos, que são
os de conteúdo moral.
ROTAÇÃO LAMENTÁVEL NA MORALIDADE
PÚBLICA
É verdade que a lei de aborto aprovada na Colômbia refere-se a uns
poucos casos concretos: gravidez decorrente de violação,
malformação do feto e risco de vida para a mãe. Mas os que
apresentaram o pedido, já anunciaram que em breve solicitarão à
mesma Corte Constitucional a aplicação de idênticos critérios para
outras situações, sendo grande o risco de ser atendida.
O fato é que, em questão de semanas, as sondagens mostraram uma
mudança de opinião: de profundamente contrária em relação ao
aborto, passou à de resignação com a infame sentença a favor de sua
implantação. Foi uma dura lição para os católicos colombianos e
dos demais países do continente: nunca esquecer nem omitir as razões
fundadas na fé, para a defesa da moral. Silenciar essas razões
equivale a renunciar voluntariamente a uma vitória segura e
sujeitar-se a uma série de derrotas nos pontos mais vitais que estão
em debate.
Não obstante, se os abortistas conseguirem impingir à grande maioria
dos países esse debate vesgo, que não considera as razões morais,
lançarão uma nova "moral" totalmente relativista, baseada na
"ideologia do gênero", na aceitação das piores aberrações
sexuais e na recusa de toda e qualquer discriminação. Exceto, é
claro, em relação àqueles que ousarem opor-se a eles.
Nesse sentido, numerosos ativistas do aborto consideram sua vitória
incompleta enquanto não tiverem obtido a sua implantação nas leis, e
também que a opinião pública tenha aceitado como verdadeiros todos os
sofismas usados para essa aprovação, renunciando totalmente a uma
emenda de rumos.
FRAUDES NOTÓRIAS NA OBTENÇÃO DE
SENTENÇAS ABORTISTAS
Norma McCorvey arrependeu-se de ter sido a causa da aplicação do
aborto nos E.U.A., em 1973. Hoje atua vigorosamente
apoiando o movimento pró-vida.
Sabe-se que, em muitos casos, as demandas judiciais de mulheres que
desejam abortar, e que para isso obtêm a reinterpretação da lei,
são baseadas em notórias fraudes. Alegam, por exemplo, ter sofrido
violações, que depois se revelam falsas. Porém isso acontece muito
tarde, quando a aprovação do aborto já fora realizada.
Foi este o caso de Norma McCorvey, mais conhecida como Jane Roe,
no decurso da já mencionada causa judicial Roe x Wade, que serviu em
1973 para legalizar o aborto nos Estados Unidos. Ela
posteriormente confessou a fraude, arrependeu-se e afirmou que, se as
mulheres soubessem a verdade sobre o aborto, jamais se submeteriam a
ele.
No início dos anos 70 ela declarou ter sido violentada, ficando
grávida. As advogadas Sarah Weddington e Linda Coffee
necessitavam de uma "cliente" para atacar a lei que havia cem anos
proibia o aborto voluntário. Elas convenceram-na a requerer o
aborto, em vez de tramitar a adoção de seu bebê. O processo chegou
à Suprema Corte, que em 1973 legalizou o aborto nos 50 estados
da federação norte-americana.
Durante o processo, o bebê de McCorvey nasceu e foi concedido em
adoção. Em 1987 ela admitiu não ter sido violentada, e que o
pai da criança era um homem que ela conhecia. O relato de sua
violação constituía, pois, uma mentira. Há alguns anos
McCorvey se converteu ao catolicismo, e agora dedica-se a promover a
defesa dos não-nascidos.
Em relação às mentiras que as abortistas usaram no caso dela,
McCorvey explica: "As duas advogadas disseram-me que seria bom que
as mulheres pudessem escolher entre ter o bebê ou não; eu então
pensava o mesmo". Também deve ser considerado o fato de ela ter
trabalhado numa clínica abortista desde 1991, vendo as altas somas
de dinheiro que iam para os bolsos dos médicos e o desprezo que os
advogados abortistas demonstravam pela medicina. Tudo isso a
decepcionou profundamente.
* * *
São desse naipe as artimanhas utilizadas pelos abortistas para
converter o crime em lei: sem o menor escrúpulo em espezinhar os mais
importantes princípios morais e jurídicos; desprezando as
convicções cristãs da população; zombando dos direitos mais
elementares; e tramando um processo de degradação suprema para toda a
sociedade, que desfechará numa perseguição implacável a todos os
que se oponham ao aborto.
Até onde chegará esse processo? Depende dos próprios católicos,
que devem resistir e se fazer ouvir pelas multidões, ao mesmo tempo
ávidas e desconcertadas. Ávidas de lutar contra tão vasta
conspiração para espezinhar princípios sagrados, e desconcertadas
com as tão freqüentes omissões daqueles que deveriam defendê-los,
inclusive dentro do clero. A Divina Providência protegerá,
inspirará e alentará os católicos fiéis a resistir e a lutar de
forma legal, mas com valentia e intransigência, na defesa da fé e da
moral verdadeiras.
Se cumprirmos desse modo o nosso dever de católicos, com a ajuda
incomparável da Santíssima Virgem, a Santa Igreja terá uma
vitória como poucas houve ao longo de sua gloriosa história já duas
vezes milenar.
O INTERNATIONAL PREGNANCY ADVISORY
SERVICE - IPAS
O Serviço Internacional de Aconselhamento na Gravidez começou
apenas como um instituto norte-americano que tinha essa finalidade,
embora já promovesse a prática do aborto, tal como o IPPF. O
IPAS tampouco queria entrar no negócio da fundação e gerência de
clínicas abortistas, por julgá-lo comprometedor.
No entanto, segundo Kissling, as mesmas fundações que obrigaram a
IPPF a criar e gerenciar a maior rede de clínicas de aborto dos
EUA, pressionaram o IPAS a fazer o mesmo em relação aos
países subdesenvolvidos, onde o aborto era - e em certos casos
continua sendo - ilegal. Assim, o IPAS omite em seu próprio
nome a questão do aborto, sem dizer que o "conselho" que dá com
mais freqüência às mulheres grávidas é de submeter-se a ele. Em
suma, é um nome inócuo ocultando uma realidade iníqua.
Com efeito, na sua página da internet, o IPAS afirma que
trabalhou durante três décadas para incrementar a capacidade das
mulheres de exercer seus direitos sexuais e reprodutivos, reduzindo as
mortes e lesões causadas pelo aborto inseguro. Os programas globais e
locais incluem treinamento, investigação, advocacia, distribuição
de equipes para cuidar da saúde reprodutiva e da difusão de
informações.
Atualmente o IPAS, com a conivência de autoridades da saúde,
administra cursos de técnicas abortivas para mais de mil novos médicos
por ano no Brasil. A desculpa é que tais cursos são para capacitar
os médicos a realizar abortos em casos de estupro. A lei penal
brasileira proíbe o aborto, admitindo não sua legalidade, mas sua
impunibilidade em duas hipótese: o aborto terapêutico e o aborto em
virtude do estupro (artigo 128 do Código Penal). Mas, na
verdade, o que o IPAS visa é formar no País quadros imensos para
promover o aborto em todas as circunstâncias.
Por exemplo, em janeiro de 2007 o IPAS deu um curso sobre
técnicas de aborto na Maternidade Ana Braga, de Manaus. Em
fevereiro, cursos análogos foram ministrados no Hospital Fernando de
Magalhães, do Rio de Janeiro; na Maternidade Moura Tapajós,
de Manaus; na Santa Casa de Sobral (CE); em Palmas (TO);
em São Paulo; no Hospital da UNIC de Cuiabá; na Santa Casa
de Goiânia e em outros hospitais dessa cidade. Em março foi a vez
do Hospital Universitário de Santa Maria (RS). Para abril
estavam previstos dois cursos no Instituto de Perinatologia da
Bahia; e para maio, na Secretaria Estadual da Saúde de Boa
Vista, em Roraima.
Os cursos do IPAS - indicados na sua página
http://www.ipas.org.br/agenda.html
são anunciados publicamente e com antecedência há mais de dez anos,
desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, e ninguém
nunca tomou nenhuma providência a respeito do assunto, tanto na classe
médica quanto fora dela.
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