FUNDAÇÕES PRINCIPAIS QUE FINANCIAM O MOVIMENTO DA DESCONSTRUÇÃO SOCIAL - 'QUEER'
Diversas, entre as quais estão a Ford, a Rockefeller e a Buffet.
Vejam abaixo a trama não somente para a liberação sexual, pró-homosexualismo, parecendo incluir o abuso sexual contra a criança e o adolescente, como também o aborto:
A SITUAÇÃO DA DEFESA DA VIDA 
sdv@pesquisasedocumentos.com.br 
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A INTERNACIONAL DO ABORTO 
Apresentação 
O colunista Alfredo MacHale acaba de publicar uma matéria que 
reúne várias denúncias sobre a organização internacional que 
financia e promove a legalização do aborto na América Latina. 
Várias destas denúncias já haviam sido publicadas na Internet pelos 
diversos movimentos pro vida existentes no Brasil. Além de 
reuní-las em um só artigo, MacHale acrescenta novas denúncias. 
Apesar de bem conhecidas e fundamentadas, a maioria das pessoas e 
inclusive os próprios parlamentares brasileiros ainda não tem 
conhecimento destes fatos. 
Segundo pesquisa de opinião divulgada pelo IBOPE em 2005, 
97% do povo brasileiro é contrário à legalização do aborto. O 
Data Folha anunciou na primeira semana de abril de 2007 que a 
aprovação ao aborto no Brasil está diminuindo constantemente desde 
1993, tendo atingido o seu menor valor desde que as pesquisas 
começaram a ser feitas neste início de 2007, e aparentemente 
continuando a diminuir. No entanto, cedendo a pressões 
internacionais, o governo do presidente Lula é signatário de 
documentos oficiais apresentados à ONU nos quais se compromete a 
legalizar o aborto no Brasil. Estes documentos são públicos, podem 
ser encontrados nos diversos sites da ONU e já foram denunciados em 
mensagens de internet repetidas vezes, apesar de jamais serem 
veiculados pela grande imprensa. Em concordância com os acordos 
firmados com a ONU, em 2005 o governo brasileiro apresentou ao 
Congresso um projeto de lei elaborado pela Comissão Tripartite 
constituída para este fim pelo governo Lula. Desta Comissão, que 
foi anunciada ser representatiova do póvo brasileiro, foram excluídos 
como participantes qualquer pessoa ou entidade que fosse contrária ao 
aborto. O projeto elaborado, que agora tramiota na Câmara sob o 
nome técnico de "Substitutivo do PL 1135/91", pretende 
abolir completamente o crime do aborto durante todos os nove meses da 
gestação, desde a concepção até o momento do parto. A Deputada 
Jandira Feghali, primeira relatora do projeto, perdeu as eleições 
de 2006 para o Senado basicamente pelo extenso trabalho de apoio a 
este projeto do governo Lula. Porém, segundo anunciado pelo 
presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da 
Câmara, o projeto será novamente coloicado em votação no máximo 
até novembro de 2007. 
O artigo abaixo descortina uma amostra da pressão internacional que 
está por trás deste projeto e da promoção ao aborto na América 
Latina em geral. Apesar de grande, não existe outra maneira de 
conscientizar o povo sobre estes fatos senão a leitura e a divulgação 
destas informações. A defesa da vida e do ideal democrático exige a 
participação dos cidadãos naquelas questões em que grandes 
interesses de pequenos grupos trabalham para que a verdade seja mantida 
oculta. 
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A INTERNACIONAL DO ABORTO: IMENSA 
MÁQUINA PARA IMPOR O GENOCÍDIO DE 
NASCITUROS AO MUNDO INTEIRO 
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/93AFC0BA-3048-560B-1C767FBA178E3810/mes/Julho2007 
Alfredo MacHale 
Tornou-se notória ultimamente a convergência de forças 
internacionais visando impor o crime do aborto na totalidade dos 
países, utilizando todos os meios possíveis para alcançar o seu 
funesto objetivo: a completa liberação do assassinato de inocentes. 
A ofensiva para implantar legalmente o aborto no mundo inteiro adquiriu 
força a partir de 1973, quando a Corte Suprema dos Estados 
Unidos sentenciou, no caso Roe x Wade, que a penalização desse 
crime feria a Constituição americana por violar o direito à 
privacidade das mães que quisessem abortar. 
A aprovação do aborto pela referida Corte constituiu um pecado que 
clama ao Céu por vingança, e querer justificá-lo com argumentos de 
"privacidade" é uma burla feita a Deus. Ao Estado cumpre 
prevenir, inibir e reprimir os assassinatos, nunca autorizá-los. 
Tanto mais quando eles são perpetrados contra vítimas inocentes e 
indefesas, por iniciativa daqueles mesmos que lhes deram a vida! 
Desde aquela sentença - verdadeiramente de morte, de uma crueldade 
sem paralelo, que provocou a execução sumária e impune de milhões 
de nascituros - o aborto vem sendo aplicado nos EUA, com a 
agravante de que independe dos meses de gestação já transcorridos. 
Ou seja, é aplicável também no caso de bebês em vésperas de 
nascer, portanto com a plenitude dos sentidos, sendo submetidos a 
sofrimentos inenarráveis. 
Antes disso a ofensiva abortista já existia, mas se manifestava 
substancialmente através de sua prática ilegal e clandestina, 
portanto limitada. Após essa decisão nefasta, dezenas de países 
foram se perfilando na lista macabra dos imitadores de Herodes. Mais 
uma vergonhosa contradição de nossa época, que se caracteriza pelo 
horror ao sofrimento e incontáveis pessoas não poupam esforços para 
evitá-lo. 
A OFENSIVA ASSASSINA ESTENDE-SE À 
EUROPA 
Nos anos seguintes, a despenalização do aborto estendeu-se aos mais 
importantes países europeus, hoje integrados à União Européia 
(UE), a qual vem lutando para implantá-lo em todas as nações 
que a compõem, e também naquelas sobre as quais exerce alguma forma 
de influência. 
Muitas vezes a legalização do aborto de início limita-se a certos 
casos, ficando para uma segunda etapa sua aceitação mais geral. 
Quando isso sucede, as mesmas forças que intervieram para abrir a 
primeira brecha empenham-se em ampliá-la cada vez mais, até obterem 
a liberalização e a impunidade completas, as quais normalmente não 
demoram muito tempo em se produzir. 
Esse processo começou em países protestantes, para depois atingir os 
católicos, e afetou as nações mais desenvolvidas antes de alcançar 
as subdesenvolvidas. Assim, um a um os países europeus foram se 
somando a esse autêntico genocídio programado de nascituros, sendo 
Portugal o mais recente em fazê-lo. 
Ainda há resistências em algumas nações que a União Européia 
não conseguiu dobrar, e às quais ela não poupa ameaças e pressões 
para obter que também capitulem. Entre elas está a Polônia. As 
ameaças estendem-se ainda a países extrínsecos ao bloco, sob a 
forma de sanções econômicas, comerciais, migratórias ou outras, 
caso não adotem o sinistro código de Herodes. 
Mais. Continuamente estão sendo elaboradas novas versões do 
Direito em seus diversos ramos (Penal, Civil, Internacional, 
etc.), segundo as quais não só o aborto é permitido, mas 
constitui delito que os médicos, hospitais e clínicas se recusem a 
praticá-lo. A perseguição estende-se assim às consciências. 
OBSTÁCULOS À IMPLANTAÇÃO DO ABORTO EM 
NÍVEL MUNDIAL 
Não obstante, o panorama mundial para os abortistas não é nada 
favorável, pois não cessa de crescer a reação da opinião pública 
norte-americana - e de outras nações - contra a imensidade do 
massacre perpetrado todos os anos contra os nascituros. 
Tal reação significa até agora que, em mais da metade dos EUA, 
o aborto está sendo progressivamente dificultado. E a própria 
sentença de 1973, que declarou conforme à Constituição do 
país o aborto em quase todas as suas formas, está em via de ser 
submetida a uma revisão. 
A isso deve-se acrescentar que as forças conservadoras daquele país 
aumentaram muito seu poder, de modo a impor aos políticos liberais e 
amorais muitos retrocessos que há três décadas eram simplesmente 
inconcebíveis. 
Ao mesmo tempo, em muitas nações européias, nas quais a legalidade 
do aborto foi estabelecida há várias décadas, vão se produzindo 
reações vigorosas, pois tornam-se patentes as conseqüências 
nefastas que a despenalização desse crime vem causando no Velho 
Mundo. 
Essa reatividade produz-se, em grande parte, porque o aborto 
contribui para manter muito baixa, ou até negativa, a taxa do aumento 
demográfico, em virtude da qual a Europa vai se "deseuropeizando" 
em favor de populações oriundas de outros países, de modo especial 
muçulmanos. 
Embora tal razão seja em grande parte pragmática, por não se 
relacionar proximamente com princípios, ao menos é manifestação de 
um pouco mais de bom senso numa civilização em que este encontra-se 
muito reduzido e, em certos setores, até mesmo ausente por completo. 
PODEROSAS FORÇAS EMPENHAM-SE PARA 
IMPOR O ABORTO NO MUNDO 
As forças que tramam a imposição mundial do aborto adotam como regra 
quase geral: a) dissimular ao máximo que seus esforços são voltados 
diretamente para esse objetivo; b) apresentar-se com freqüência 
como aquilo que não são, para produzir desinformação, tornando 
assim mais fácil a obtenção de sua meta. 
Por exemplo, poucos conhecem o enorme trabalho que a descomunal 
máquina abortista desenvolve no Brasil nesse sentido, e quanto ela 
penetrou nas instâncias estratégicas da política governamental, 
atuando para esse objetivo contra a opinião da grande maioria do povo 
brasileiro, que é contrária à legalização e à prática do 
aborto. 
Menor ainda é o número dos que estão cabalmente informados sobre as 
organizações que elaboraram tal estratégia e realizam e controlam 
esse trabalho, todas elas com sedes no exterior, de onde decidem o que 
será implantado no Brasil, nas Américas e no mundo. Em suma, as 
pessoas realmente decisivas não aparecem, e as que o fazem estão 
longe de ser as mais importantes. 
A REDE MUNDIAL CATÓLICAS PELO DIREITO 
DE DECIDIR - CDD 
Encabeçada pela entidade norte-americana Catholics for a Free 
Choice (Católicas por uma livre escolha), a CDD segue a 
referida tática de apresentação enganosa. Tal entidade, de 
católica só tem o nome, escolhido evidentemente para confundir, ter 
mais influência na sociedade e produzir a sensação de que na Igreja 
há uma corrente abortista, de modo que os católicos pareçam 
divididos. Sua verdadeira meta é a implantação definitiva e 
irreversível do aborto em todo o mundo e em todas as circunstâncias. 
Em sua página da internet, apresentam-se como um "grupo 
ecumênico", com colaboradores de diversas religiões, mas sem 
vínculo com elas. Sua dirigente máxima, Frances Kissling, é uma 
ex-freira que abandonou o convento em 1974 e não professa nenhuma 
religião. 
São significativas, a esse respeito, suas palavras: "Saí porque 
não acreditava. Lembro-me de algumas conversas que tive com outras 
irmãs e postulantes sobre controle da natalidade, divórcio e segundo 
casamento. Eu não cria no que a Igreja ensinava sobre essas coisas. 
A idéia de ser uma representante da Igreja constitucional, ao mesmo 
tempo em que discrepava dessas posições, não tinha sentido para 
mim. Eu não concordava com os ensinamentos da Igreja [...]. E 
assim, quando deixei o convento, parei de ir à igreja. Pode-se 
dizer que a partir desse ponto eu não era mais católica ativa. Mas 
eu mesma, particularmente, não me considerava mais uma católica". 
Posteriormente, quando ingressou na CDD para um cargo diretivo, 
julgou conveniente reincorporar-se à Igreja, obviamente por razões 
táticas, e só dos lábios para fora, não tendo pejo em declarar: 
"Quando disse que voltei à Igreja, nunca voltei nos antigos 
termos. Voltei à Igreja como agente da transformação social, 
voltei à igreja da mulher" (Sic). 
ATUAÇÃO DE ONGS E PODEROSAS FUNDAÇÕES 
PRÓ-ABORTO 
A CDD é financiada - juntamente com uma miríade de outras ONGs 
que atuam no mundo inteiro para o mesmo fim - por uma impressionante 
rede de poderosas fundações privadas, constituídas e impulsionadas 
pelos maiores potentados norte-americanos. Estes definem as 
estratégias, escolhem e remuneram os cúmplices, e normalmente não 
aparecem para o público, pelo menos a propósito do aborto. 
Obviamente, essas fundações -- entre as quais estão a Ford, a 
Rockefeller e a Buffet -- são as vozes decisivas, porque as 
ONGs abortistas tanto podem prosperar como decair e desaparecer em 
questão de semanas, conforme obtenham ou não daquelas os donativos 
para a sua atuação. 
O grosso das informações sobre Católicas pelo Direito de Decidir 
- CDD está contido numa entrevista de mais de sete horas de 
duração, concedida em 2002 por Frances Kissling, a qual pode 
ser vista na página 
http://www.smith.edu/libraries/libs/ssc/prh/transcripts/kissling-trans.html. 
A entidade é internacional, com sede em Washington, e colabora com 
a promoção do aborto nos EUA, em todos os países da América 
Latina e na União Européia. Está iniciando sua expansão pela 
África, não escondendo o desejo de intervir também na Ásia, 
especialmente devido ao enorme contingente populacional ali existente. 
O relato da própria entidade deixa transparecer a existência de uma 
imensa máquina destinada a impulsionar o aborto em nível mundial, a 
qual se move por uma ideologia totalmente diferente da que os seus 
agentes declaram. São essas fundações internacionais que traçam 
há várias décadas as estratégias e financiam os trabalhos a serem 
realizados pelas organizações locais. Somente estas últimas têm 
alguma visibilidade, e limitada a um muito reduzido público. 
Para a maioria da população, tais organizações nem sequer 
aparecem, apesar de haver várias centenas delas no Brasil e milhares 
no exterior, disseminadas por todo o mundo numa rede estrategicamente 
coesa e coordenada. Para o grande público - inclusive para muitos 
políticos e responsáveis pelo destino das nações - a pressão pela 
legalização do aborto se apresenta como um fenômeno natural, suposto 
efeito inevitável do desenvolvimento da História, da expansão das 
comunicações ou das mudanças políticas, contra as quais pouco ou 
nada pode ser feito. Contudo, por trás dos bastidores tudo está 
meticulosamente planejado. 
Em fins dos anos 70, Frances Kissling tornou-se presidente da 
CDD, até então existente quase só nominalmente. Pode-se 
constatar aí o poder das fundações que financiam a expansão do 
aborto, pois a CDD era então a menor entre as organizações com 
esse fim, mas já contava com um orçamento anual de 250 mil 
dólares, que desde então não parou de crescer. Este fora obtido 
inicialmente das mesmas fundações, que alguns anos antes haviam 
financiado a entrada da International Planned Parenthood Federation 
- IPPF (Vide quadro abaixo) e do International Pregnancy 
Advisory Services - IPAS na montagem das redes de clínicas de 
aborto. Entidades, aliás, com as quais Kissling já havia 
trabalhado. 
De acordo com reportagem publicada pelo "The New York Times" em 
2 de fevereiro de 2007, "o orçamento [anual] da seção 
norte-americana da CDD é de três milhões de dólares, sendo 
amplamente financiado por fundações bem conhecidas, entre as quais a 
Fundação Ford" (cfr. Backing Abortion Rights while Keeping 
the Faith: 
http://nytimes.com/2007/02/27/us/choice.html?pagewanted=2& 
r=1. 
A filial mexicana da CDD conta com um orçamento anual de um milhão 
de dólares. A brasileira, com orçamento bem próximo disso, é a 
maior depois da mexicana, e foi fundada nos anos 90 graças à 
intervenção da Fundação MacArthur. Sua sede paulistana 
situa-se no 6º andar de um prédio pertencente aos padres carmelitas 
de São Paulo, sendo que nesse mesmo prédio, no 5º andar, a 
CNBB tem a sede de sua Regional Sul-1. 
Frances Kissling permaneceu fora da Igreja por mais de 15 anos, de 
1963 a 1979, quando se incorporou à CDD. Para se 
justificar desse pseudo- retorno, diz que se considera "uma pessoa 
espiritual". No que ela crê? Responde que "esta vida tem um 
sentido", e ela está aqui "para fazer alguma coisa", tem 
obrigação de fazer alguma coisa. Isto, segundo ela, é uma 
crença, porque a vida poderia ser totalmente sem sentido. 
Em 1999 a CDD organizou a campanha mundial "See Change" 
(mudança da Sé), por ocasião do debate relacionado com o aborto, 
visando destruir a influência da Santa Sé na ONU. Exigia que a 
ONU deixasse de reconhecer o Vaticano como estado independente e o 
rebaixasse ao status de uma mera ONG, como a CDD. 
A campanha contou com o apoio de milhões de dólares provenientes das 
fundações Ford, Hewlett-Packard, Buffet e outras. Terminou 
dois anos depois quando, apesar de todo o dinheiro empregado, a 
Assembléia Geral da ONU confirmou o status da Santa Sé como 
membro pleno. 
A BATALHA PARA DERRUBAR A "OBJEÇÃO DE 
CONSCIÊNCIA" 
"Assim, caso se consiga refutar a posição católica, ter-se-á 
refutado todas as demais. Nenhum dos outros grupos religiosos 
realmente tem declarações tão bem definidas sobre a personalidade, 
sobre quando a vida tem início, sobre fetos, etc. Assim, caso se 
derrube a posição católica, se ganha", afirma militante 
abortista. Daí o combate dos pró-aborto contra a Igreja 
Católica. 
Atualmente a CDD - juntamente com outras entidades abortivas -- 
pressiona a União Européia para que revogue várias concordatas 
entre alguns dos países que a constituem e a Santa Sé, bem como 
para que seja extinto na Europa o direito à objeção de 
consciência, dos médicos que se recusam a realizar abortos. 
O que a CDD deseja é implantar o aborto em todo o mundo, 
ditatorialmente e de modo irreversível. Segundo Kissling, enquanto 
os movimentos se limitarem a legalizá-lo, nenhuma conquista será 
definitiva. Ele só será irreversivelmente estabelecido quando, 
além de se mudar a legislação, forem derrubadas as objeções morais 
em relação a ele. 
"O argumento dos bispos - acrescenta - afirma que o aborto é um 
assassinato, que abortar é matar, e que a vida começa na 
concepção. Mas esta perspectiva católica é o lugar adequado para 
se começar o trabalho [abortista], porque a posição católica é a 
mais desenvolvida. Assim, caso se consiga refutar a posição 
católica, ter-se-á refutado todas as demais. Nenhum dos outros 
grupos religiosos realmente tem declarações tão bem definidas sobre a 
personalidade, sobre quando a vida tem início, sobre fetos, etc. 
Assim, caso se derrube a posição católica, se ganha". Daí a 
importância que os abortistas dão ao combate contra a Igreja 
Católica. 
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE 
PATERNIDADE PLANIFICADA 
A IPPF tornou-se hoje a maior promotora de abortos na América e 
no mundo. A IPPF é uma organização multinacional, fundada por 
movimentos feministas em Londres e Bombaim na década de 50, para 
promover o aborto em todo o mundo. Utiliza um nome diferente da 
realidade, pois o público entende por planificação familiar o 
controle da natalidade, e não o aborto. Mas é a este que a 
organização se dedica. 
A filial norte-americana da IPPF detém uma rede que abarca 20% 
de todas as clínicas abortistas dos Estados Unidos e é a maior 
promotora da matança de nascituros nesse país. Sua página na 
internet contém abundante propaganda do aborto, e informa que deseja 
transformar em seguros os 19 milhões de abortos inseguros anuais que 
afirma haver no mundo - o que, em muitíssimos casos, significa 
também legalizá-los e aumentar seu número. Para isso atua em 
189 países - ou seja, em todo o mundo -, 29 dos quais nas 
Américas: portanto, no continente americano inteiro. 
Até 1973, ano da sentença da Suprema Corte no caso Roe x 
Wade, a IPPF só trabalhava na propaganda pela legalização da 
prática, mas não queria entrar diretamente no negócio das clínicas 
"para não ser estigmatizada" pelo público. Mas, segundo Frances 
Kissling, as fundações que financiam as atividades da IPPF 
obrigaram-na a entrar diretamente na estruturação e gerência da 
própria prática do aborto, tornando-se hoje a maior promotora de 
abortos na América e no mundo. 
Com freqüência, as filiais da IPPF nos diversos países adotam 
nomes que pouco ou nada condizem com a realidade de suas atividades e 
propósitos, indicando tão-só a aparência que desejam ostentar: 
Associação para a Proteção da Família, Instituto de 
Paternidade Responsável ou Sociedade Civil de Bem-estar 
Familiar, por exemplo. Mas, ao se analisar os seus trabalhos, 
conclui-se que na realidade o substancial de sua ação é executar 
abortos. 
PRESSÃO SOBRE OS ESTADOS BASEADA EM 
CONFERÊNCIAS MUNDIAIS 
De acordo com as suas próprias palavras, a CDD procura aprofundar 
o debate no que se refere à interrupção voluntária da gravidez, 
"ampliando a discussão nos seus aspectos éticos, médicos e legais, 
e lutando pela despenalização e legalização do aborto". Além do 
mais, exige do Estado o cumprimento dos compromissos assumidos nas 
conferências mundiais organizadas pelas Nações Unidas no Cairo 
(1994) e em Pequim (1995), assim como a implementação de 
programas de educação sexual segundo a perspectiva dos "direitos 
sexuais e reprodutivos". 
A CDD afirma participar, com o movimento das mulheres, "das 
atividades da Campanha pela Despenalização do Aborto na América 
Latina e no Caribe, no dia 28 de setembro, porque consideramos que 
o estado deve garantir o direito que as mulheres têm, de decidir sobre 
seu corpo, sua sexualidade e sua reprodução. A tradição 
teológica cristã permite recorrer à própria consciência para tomar 
decisões éticas e exercer o sagrado direito de decidir. Por isso 
apoiamos a luta pela despenalização e legalização do aborto". 
A CDD também apóia a "Marcha do Orgulho GLBT (Gays, 
Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), que se realiza todos os 
anos em diversas cidades do país, em comemoração ao Dia do Orgulho 
GLBT", pois defende "a vivência livre, prazenteira e 
responsável da sexualidade, além de afirmar a possibilidade da livre 
orientação sexual". 
Segundo William A. Donohue, presidente da Catholic League for 
Religious and Civil Rights 
(http://www.catholicleague.org/cffc.htm), Frances Kissling 
afirma que passou 20 anos procurando um governo que ela pudesse tentar 
derrubar sem cair na prisão, e que finalmente o encontrou na Igreja 
Católica. E acrescenta que os representantes do Vaticano 
falsificaram, distorceram e mentiram sobre o que as mulheres desejam. 
Assim, Donohue conclui: "A CDD é freqüentemente descrita como 
a maior organização católica a favor da livre escolha, o que é 
duplamente falso: não é católica e não é uma organização. Foi 
abertamente denunciada, tanto pelo Vaticano como pelos bispos 
norte-americanos, como uma fraude; e não tem membros". 
ESFORÇOS INTENSIVOS PARA IMPLANTAR O 
ABORTO NA AMÉRICA LATINA 
Devido às reações contra o aborto, que ultimamente vêm despontando 
em muitas nações, os ativistas contra a vida e a natalidade temem que 
se produza em futuro próximo uma verdadeira onda de medidas de 
penalização do aborto, e querem evitá-la de todos os modos, pois 
poderia estimular um fenômeno mundial no mesmo sentido. 
Aumentam então, tais ativistas, as pressões e maquinações sobre 
os países da América Latina, África e Ásia para que implantem o 
quanto antes o aborto, e dentro do possível se produza uma onda a 
favor dele. Tentando, assim, diminuir a crescente onda 
anti-abortista. 
Em todo caso, o problema não é de fácil solução para os 
promotores do aborto, sobretudo na América Latina, por mais que 
tenham cúmplices, colaboradores e "inocentes úteis" em muitos 
setores. Isso porque a opinião católica do continente é totalmente 
contrária à legalização desse crime, a ponto de tornar 
impraticável obter sua aprovação como lei, tanto mediante trâmites 
legislativos quanto através de plebiscitos. 
Com efeito, nos poucos casos em que foram propostos plebiscitos sobre 
a matéria, como no Brasil, os próprios abortistas expressaram sua 
oposição, porque quase com certeza o perderiam. Analogamente, a 
hipótese de aprová-lo por lei também é esquivada, uma vez que os 
parlamentares que votassem a favor, muito provavelmente não seriam 
reeleitos. 
Para resolver esse impasse, os abortistas tiveram que elaborar uma 
estratégia muito mais complexa e enganosa, apelando para pressões dos 
meios de comunicação e para sentenças amorais de certos organismos 
judiciais. 
MISTIFICAÇÕES GROSSEIRAS PARA 
CONFUNDIR A OPINIÃO PÚBLICA 
A primeira medida tomada pelos abortistas foi preparar e pôr em 
circulação uma série de sofismas, mistificações e slogans para 
confundir e enganar setores da opinião pública, sobretudo os mais 
modestos. 
Assim, até nos acordos internacionais começaram a ser usadas 
expressões como "anticoncepção de emergência", "direitos sexuais 
e reprodutivos", "direitos básicos da mulher", "maternidade 
segura", "serviços obstétricos de emergência", etc., as quais 
correspondem a conceitos que de algum modo incluem o aborto, sem que 
muitos se dêem conta do seu real significado. 
É freqüente os abortistas alegarem que as mulheres estariam sendo 
discriminadas em alguns países, porque as que se submetem ao aborto 
correm o risco de prisão por cometerem um crime, enquanto para os 
homens não existe nenhum tratamento de saúde que signifique esse 
perigo. 
Poder-se-á dizer que tal sofisma é tosco, porque o aborto é o 
assassinato do filho antes de nascer, e não um tratamento de saúde. 
Mas o fato concreto é que já existem sentenças judiciais que se 
basearam em raciocínios desse jaez. 
Outra falsidade amiúde repetida é que os bebês ainda não nascidos 
fazem parte do corpo das respectivas mães, e que o direito que estas 
têm sobre seus corpos facultar-lhes-ia praticar o aborto quando 
quisessem. É um argumento sem o menor valor, mas tem servido de base 
em sentenças judiciais para se obter a impunidade desse crime. 
Outro sofisma muito utilizado afirma que, sendo o direito à vida o 
mais básico de todos os direitos, deve ser garantido por lei, o que 
é evidentemente certo. Mas distorcem a sua aplicação quando 
acrescentam que um alto número de mortes de mulheres se produz por 
causa dos abortos clandestinos, praticados em condições inseguras e 
insalubres. Isso, no parecer dos abortistas, tornaria obrigatório 
despenalizar o aborto para garantir a impunidade dessas mulheres, que 
assim não correriam o risco de serem presas nem de morrerem. 
Além do mais, é usual que os termos utilizados pelos burocratas 
internacionais promotores do aborto - "direitos humanos", por 
exemplo -, não tenham acepções definidas nem fixas, mas sejam 
totalmente evolutivas, segundo "palavras de ordem" que eles vão 
formulando. De tal modo que, com o passar do tempo, os acordos 
firmados entre países são reinterpretados segundo os significados 
novos postos em vigor pela propaganda. Produz-se assim uma confusão 
jurídica em cuja sombra os governos dos países signatários desses 
acordos são pressionados para implantar políticas abortistas que de 
fato nunca aceitaram. 
Um caso notório se dá com os chamados "direitos sexuais e 
reprodutivos" atribuídos às mulheres, entre os quais com 
freqüência se menciona o suposto direito delas de se submeterem ao 
aborto. Cada vez que a expressão é incluída num acordo 
internacional, os países signatários dão margem a que no futuro lhes 
seja cobrada pelos burocratas da ONU a implantação do aborto. 
Isso se baseia num pressuposto claramente hedonista, segundo o qual a 
vida sexual estaria destinada ao prazer das partes, com exclusão de 
qualquer fim superior, como o relacionado com a vida da família e a 
procriação da prole. 
PRESSÃO INTERNACIONAL SOBRE OS PAÍSES: 
ATENTADO À SOBERANIA 
Nos últimos anos, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, 
Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Guatemala, 
Irlanda, Peru, Polônia, Venezuela, entre outros países, foram 
pressionados de diversos modos pelos órgãos da ONU para: a) 
modificar suas leis, introduzindo nelas o aborto; b) aumentar o 
número de casos em que este é permitido; c) tomar medidas que o 
facilitassem. Tudo isso, sempre sob a alegação de que as mulheres 
estariam sendo perseguidas pelo fato de nesses países a lei proibir e 
castigar o assassinato dos filhos por nascer. 
As táticas abortistas vão mais além, no sentido de forçar a 
interpretação dos tratados internacionais. Alegam que alguns destes 
implicitamente aprovariam o aborto, e exigem que as leis dos países o 
aprovem em forma explícita e ampla, o que constitui claro atentado às 
soberanias nacionais. 
Para isso os abortistas organizam o adestramento intensivo dos 
ativistas pró-aborto em universidades adeptas da sua prática, com 
vistas a uma ação mais incisiva, coordenada, global e dominante. E 
fazem relatórios legais junto aos órgãos da ONU contra os países 
que rejeitam o aborto, de modo que os comitês desta iniciem pressões 
para que reformem suas leis. 
...E NA ARGENTINA. 
Também impulsionam uma série de ONGs abortistas, muito 
articuladas e solidárias entre si, para que exerçam internamente 
pressões e denunciem no exterior supostas violações dos direitos das 
mulheres quanto ao aborto, pelo fato de julgarem insuficientes os casos 
em que ele é admitido. Desse modo, cresce sem cessar a pressão 
sobre os governos para que implantem o aborto de forma definitiva. E 
muitos regimes de esquerda não desejam outra coisa, esperando apenas o 
momento adequado para fazê-lo, sem despertar maiores reações das 
populações. 
Essas ONGs às vezes parecem discrepar entre si em certos pontos, 
dando uma falsa impressão de pluralismo. Mas, na realidade, elas 
cumprem papel análogo ao dos diversos instrumentos de uma orquestra, 
ao executarem, na diversidade das notas, a mesma peça musical. Com 
efeito, enquanto umas promovem o aborto como expressão do feminismo 
radical, outras o querem para limitar muito o aumento demográfico. 
Contudo, elas se associam nos momentos-chave, para avançar cada vez 
mais rumo à impunidade completa do genocídio abortista. 
De início as pressões eram dirigidas contra os governos e 
parlamentos, para que impulsionassem leis de aborto. Mas ultimamente 
voltaram-se também aos mais altos tribunais de Justiça, no sentido 
de obter que usem de todo o seu poder para impor os critérios 
abortistas, reinterpretando as leis vigentes segundo essa 
orientação, deixando de lado numerosos princípios jurídicos, 
textos legais, elementos de jurisprudência reconhecida e, sobretudo, 
considerações morais. 
APROVAÇÃO DO ABORTO NA COLÔMBIA: 
PARADIGMA DE MÁ FÉ 
Entre os casos recentes, o mais protuberante ocorreu há um ano na 
Colômbia, onde a Corte Constitucional sentenciou que os artigos do 
Código Penal que proíbem o aborto seriam inaplicáveis, segundo a 
Constituição do país, apesar de esta também o proibir. 
Que razões invocou tal Corte para semelhante aberração? Os mesmos 
sofismas utilizados pelos abortistas. Em síntese: que os tratados 
internacionais prevalecem sobre as leis nacionais; que o critério 
permanente dos organismos da ONU é a favor do "direito ao 
aborto"; e que, portanto, as normas legais contra este deveriam ser 
supressas. 
Para isso, ajudaram as notórias e graves incoerências da 
Constituição colombiana e o fato de que, por mais absurdas e nocivas 
que sejam as sentenças da Corte Constitucional, vêm elas sendo 
aceitas há mais de uma década. 
Com o tempo, soube-se que a demandante era uma ativista internacional 
do aborto, a advogada colombiana Mónica Roa. Depois de se preparar 
por longo tempo em antros favoráveis à "matança dos inocentes", 
preocupou-se em examinar a lista dos juízes dos diversos tribunais, 
para escolher aquele que tivesse magistrados mais afins com as suas 
pretensões, e ali apresentou o seu pedido de não-aplicação das 
leis anti-abortistas. 
Mais ainda. Confessou que, antes de apresentar seu pedido, ela e 
seus sequazes "penetraram nas bibliotecas dos magistrados", ou seja, 
enviaram-lhes abundantes documentos de doutrina jurídica a favor do 
aborto, para que, caso eles quisessem fazer consultas sobre o caso, 
encontrassem publicações favoráveis, quase nunca contrárias. 
Entretanto, é óbvio que vários desses magistrados já se haviam 
previamente comprometido a aprovar o aborto. Tanto é assim que, 
alguns meses antes de a demanda abortista ser apresentada, a mesma 
ativista havia introduzido outra, no mesmo sentido, que fora recusada 
por vícios de forma. A Corte, contudo, indicou à demandante como 
ela deveria formular um novo pedido para que fosse aceito. O que ela 
fez, conseguindo o resultado que lhe havia sido prometido. 
SURPREENDENTE REVELAÇÃO: UMA 
CONSPIRAÇÃO ABORTISTA 
No Congresso internacional sobre aborto, direitos, subjetividade e 
poder, realizado em Buenos Aires em agosto de 2006, a ativista 
pró-aborto especialmente entrosada nesses meios, a mencionada 
Mónica Roa, em sua conferência deixou "cair a máscara". Ela 
acabou revelando as estratégias utilizadas para se obter a aprovação 
do aborto na Colômbia, enganando a opinião pública e conseguindo 
transformar em lei o que até então era considerado crime. A 
finalidade de tal conferência não foi apenas descrever as táticas 
empregadas para conseguir a aprovação do aborto na Colômbia, mas 
ensinar a todos os ativistas os métodos utilizados, a fim de que eles 
os apliquem em seus respectivos países. 
Dessa extensa conferência - intitulada Diferentes estratégias para 
o acesso ao aborto legal, seguro e gratuito - transcrevemos alguns 
excertos: 
"Utilizamos três estratégias fundamentais. A primeira consiste 
numa mudança no debate pelo aborto. A segunda, numa mudança no 
fórum em que se estabelece o debate. A terceira, numa mudança junto 
àqueles que estão participando do debate. 
O que fizemos primeiramente foi estudar os termos desenvolvidos no 
debate. Fizemos um estudo nos arquivos de imprensa desde o ano de 
1973, para ver como os meios de comunicação cobriam a questão do 
aborto. Constatamos que o debate sempre era de ordem moral e 
religiosa. Assim, decidimos mudar radicalmente o rumo do debate. 
Tratamos o aborto sempre como um problema de saúde pública, de 
direitos humanos e de eqüidade de gênero. 
Essa foi a maneira para mudarmos os rumos do debate. Isso tinha 
muitas implicações práticas. Uma delas, por exemplo, se dava 
quando os jornalistas me pediam entrevistas. Eu dizia: Vocês podem 
perguntar, mas não podem me colocar para discutir com um sacerdote, 
com algum representante da Igreja Católica, porque o debate que 
quero é um debate jurídico, e não um debate moral ou religioso. Se 
a Igreja Católica quiser argumentar contra, está perfeito, mas 
deve-se discutir como as 'Católicas pelo Direito de Decidir'. 
Há representantes delas na Colômbia, são elas que criticam a 
posição oficial da Igreja. Se vocês querem falar de moral sobre o 
aborto, discutam com as 'Católicas pelo Direito de Decidir'. 
Tragam representantes da Igreja Católica, mas tragam também 
representantes de outras religiões, para ver que posições elas têm 
frente ao aborto. Se vocês quiserem discutir sobre a ação que 
apresentei na Corte, têm que trazer-me um advogado 
constitucionalista. 
A segunda estratégia foi uma mudança de instância. Tinham 
apresentado antes cinco ou seis projetos de lei no Congresso da 
República, e todos fracassaram. Haviam fracassado claramente 
porque, apesar de a Colômbia ser um Estado leigo, a Igreja 
Católica continua tendo muito poder dentro do contexto colombiano. 
À medida que o processo avançou, encontrei-me com muitos 
políticos, que me diziam estar muito contentes em que o tema estivesse 
na Corte Constitucional. Se estivesse na alçada deles, a Igreja 
Católica iria às populações que elegem esses políticos, e nos 
domingos faria sermões contra eles, que assim perderiam os votos. 
Diziam isso com tristeza e vergonha, mas de maneira muito realista. 
Por isso eles apoiavam que o tema fosse à Corte. 
Na Colômbia temos um sistema constitucional que facilita bastante 
esse processo, porque qualquer cidadão pode apresentar uma ação de 
inconstitucionalidade diretamente à Corte Constitucional. 
Finalmente, uma referência à mudança dos autores. Obviamente, 
como o debate era originalmente religioso, as primeiras pessoas que os 
jornalistas iam entrevistar, quando havia algum debate ou alguma 
notícia, era um representante da Igreja Católica. Era a fonte 
principal para os jornalistas. 
Conseguimos que isso fosse mudado, diversificando e democratizando os 
autores. Obviamente, quando falamos de aborto como um tema de saúde 
pública, os especialistas em saúde pública têm coisas importantes 
para dizer: os médicos, os grupos feministas, ainda que tenham 
posições iguais às da Igreja. Neste caso, adotei uma posição 
moderada, pedia simplesmente a despenalização do aborto nos casos 
extremos. 
Em seguida todos os grupos de mulheres feministas saíram dizendo que o 
que se necessitava era a despenalização total. Isto me possibilitou 
seduzir o setor da população que estava no meio dos dois extremos, e 
depois seduzir a maioria da sociedade. 
Eu agia junto à parte política; junto às Católicas pelo Direito 
de Decidir, criticava a Igreja, o que me ajudava a manter o eixo do 
debate; as feministas organizadas faziam passeatas e manifestações em 
lugares públicos; os universitários organizavam debates acadêmicos; 
os comunicadores sociais escreviam e mantinham os editoriais. Cada 
qual apoiava o processo naquilo que sabia fazer. Os médicos 
especialistas em malformações falavam de malformações de fetos. 
Uma multiplicação de autores, e cada qual falando e fazendo o que 
sabia. 
Essas foram em geral as estratégias mais importantes para se conseguir 
a aprovação do aborto". 
PARA OS ABORTISTAS, É INDISPENSÁVEL 
AFASTAR O PROBLEMA MORAL 
O aspecto fundamental da estratégia é, de um lado, impedir que a 
polêmica se situe no terreno religioso e moral, pois certamente eles 
seriam derrotados, como sempre sucedeu; e, de outro lado, apresentar 
como vítimas as mulheres que não podem abortar. 
Mónica Roa acrescentou que é preciso mostrar o aborto como mero 
"problema de saúde pública", de "direitos humanos" e de 
"eqüidade de gênero"; e as mulheres como vítimas, apresentando 
"um caso de alto impacto" sentimental para mover a opinião pública. 
Nessa situação, se algum católico notório esgrimisse razões 
religiosas ou morais para recusar a medida, por esta significar a morte 
de bebês, as promotoras deviam dizer que o modo de resolver esse 
aspecto da questão seria uma polêmica entre católicos 
anti-abortistas e católicos abortistas (!), como as assim chamadas 
"Católicas pelo Direito de Decidir". 
Entretanto, esse grupo é minúsculo e insignificante. Sua 
notoriedade provém tão-só da incoerência e extravagância do nome. 
Já mostramos acima as inescrupulosas táticas que ele aplica, e que 
é uma farsa ele auto-intitular-se católico, pois nada tem de 
católico. Não só por ser abortista, mas também porque muitas de 
suas dirigentes se afastaram da Religião ou nunca a tiveram. É 
conduzido por uma ex-freira, hoje abortista confessa e agitadora 
internacional a favor do aborto sem restrições. 
A opinião pública, contudo, não sabe disso. Julga que esse grupo 
representa um setor dentro da Igreja, e que cumpre dialogar com ele, 
pois é um efeito do desacordo interno entre católicos. Para se 
entender ainda melhor o que é esse grupo, veja-se a seguinte notícia 
a respeito de sua ligação com o movimento homossexual: "Um dos 
destaques [na parada homossexual] será a participação de um grupo 
de católicas. Formada basicamente por lésbicas, a ONG 
'Católicas Pelo Direito de Decidir' estará em três trios 
elétricos. 'Nossa intenção é desconstruir o discurso 
fundamentalista de alguns religiosos', afirmou a presidente do grupo, 
Valéria Melk" ("O Estado de S. Paulo", 6-6-07). 
A polêmica entre católicos não chega, pois, a ter importância 
alguma para a aceitação ou recusa do aborto, e às vezes nem sequer 
se realiza. Contudo, essa manobra permite criar obstáculos à 
intervenção da Igreja no debate, e assim favorecer os abortistas. 
Por falta de esclarecimento, a tática surtiu efeito. Muitos 
anti-abortistas, inclusive o próprio presidente Lula, terminaram 
repetindo mecânica e ingenuamente o disparate de qualificar o aborto 
como mero "problema de saúde pública". E prescindindo das 
considerações morais que, no entanto, são compartilhadas pela 
imensa maioria da população brasileira. 
No caso da Colômbia, o episcopado teve uma reação de aparente 
desconcerto: alguns prelados reagiram energicamente, mas foram 
desautorados por colegas que não queriam polêmica; outros falaram de 
excomunhão para os abortistas, mas nenhum deles chegou a 
formulá-la; outros ainda convocaram manifestações improvisadas, 
que resultaram em fracasso; e a maioria ficou calada e paralisada, 
como se, de antemão, desse a batalha por perdida. 
Assim, se em algo coincidiram entre si os pastores, foi em consentir 
que a polêmica se estabelecesse só no aspecto jurídico, e não no 
religioso e moral. Com isso perderam quase toda a força dos 
argumentos e muito da influência mobilizadora sobre a população 
católica. 
Para isso colaboraram evidentemente elementos da imprensa conluiados 
com os mesmos ativistas. Cada vez que tratavam do tema, apresentavam 
dois lados: um organizado e frontal, a favor do aborto; outro 
desorientado e omisso, que simplesmente pedia que o aborto fosse 
recusado, mas omitindo os argumentos mais fortes e decisivos, que são 
os de conteúdo moral. 
ROTAÇÃO LAMENTÁVEL NA MORALIDADE 
PÚBLICA 
É verdade que a lei de aborto aprovada na Colômbia refere-se a uns 
poucos casos concretos: gravidez decorrente de violação, 
malformação do feto e risco de vida para a mãe. Mas os que 
apresentaram o pedido, já anunciaram que em breve solicitarão à 
mesma Corte Constitucional a aplicação de idênticos critérios para 
outras situações, sendo grande o risco de ser atendida. 
O fato é que, em questão de semanas, as sondagens mostraram uma 
mudança de opinião: de profundamente contrária em relação ao 
aborto, passou à de resignação com a infame sentença a favor de sua 
implantação. Foi uma dura lição para os católicos colombianos e 
dos demais países do continente: nunca esquecer nem omitir as razões 
fundadas na fé, para a defesa da moral. Silenciar essas razões 
equivale a renunciar voluntariamente a uma vitória segura e 
sujeitar-se a uma série de derrotas nos pontos mais vitais que estão 
em debate. 
Não obstante, se os abortistas conseguirem impingir à grande maioria 
dos países esse debate vesgo, que não considera as razões morais, 
lançarão uma nova "moral" totalmente relativista, baseada na 
"ideologia do gênero", na aceitação das piores aberrações 
sexuais e na recusa de toda e qualquer discriminação. Exceto, é 
claro, em relação àqueles que ousarem opor-se a eles. 
Nesse sentido, numerosos ativistas do aborto consideram sua vitória 
incompleta enquanto não tiverem obtido a sua implantação nas leis, e 
também que a opinião pública tenha aceitado como verdadeiros todos os 
sofismas usados para essa aprovação, renunciando totalmente a uma 
emenda de rumos. 
FRAUDES NOTÓRIAS NA OBTENÇÃO DE 
SENTENÇAS ABORTISTAS 
Norma McCorvey arrependeu-se de ter sido a causa da aplicação do 
aborto nos E.U.A., em 1973. Hoje atua vigorosamente 
apoiando o movimento pró-vida. 
Sabe-se que, em muitos casos, as demandas judiciais de mulheres que 
desejam abortar, e que para isso obtêm a reinterpretação da lei, 
são baseadas em notórias fraudes. Alegam, por exemplo, ter sofrido 
violações, que depois se revelam falsas. Porém isso acontece muito 
tarde, quando a aprovação do aborto já fora realizada. 
Foi este o caso de Norma McCorvey, mais conhecida como Jane Roe, 
no decurso da já mencionada causa judicial Roe x Wade, que serviu em 
1973 para legalizar o aborto nos Estados Unidos. Ela 
posteriormente confessou a fraude, arrependeu-se e afirmou que, se as 
mulheres soubessem a verdade sobre o aborto, jamais se submeteriam a 
ele. 
No início dos anos 70 ela declarou ter sido violentada, ficando 
grávida. As advogadas Sarah Weddington e Linda Coffee 
necessitavam de uma "cliente" para atacar a lei que havia cem anos 
proibia o aborto voluntário. Elas convenceram-na a requerer o 
aborto, em vez de tramitar a adoção de seu bebê. O processo chegou 
à Suprema Corte, que em 1973 legalizou o aborto nos 50 estados 
da federação norte-americana. 
Durante o processo, o bebê de McCorvey nasceu e foi concedido em 
adoção. Em 1987 ela admitiu não ter sido violentada, e que o 
pai da criança era um homem que ela conhecia. O relato de sua 
violação constituía, pois, uma mentira. Há alguns anos 
McCorvey se converteu ao catolicismo, e agora dedica-se a promover a 
defesa dos não-nascidos. 
Em relação às mentiras que as abortistas usaram no caso dela, 
McCorvey explica: "As duas advogadas disseram-me que seria bom que 
as mulheres pudessem escolher entre ter o bebê ou não; eu então 
pensava o mesmo". Também deve ser considerado o fato de ela ter 
trabalhado numa clínica abortista desde 1991, vendo as altas somas 
de dinheiro que iam para os bolsos dos médicos e o desprezo que os 
advogados abortistas demonstravam pela medicina. Tudo isso a 
decepcionou profundamente. 
* * * 
São desse naipe as artimanhas utilizadas pelos abortistas para 
converter o crime em lei: sem o menor escrúpulo em espezinhar os mais 
importantes princípios morais e jurídicos; desprezando as 
convicções cristãs da população; zombando dos direitos mais 
elementares; e tramando um processo de degradação suprema para toda a 
sociedade, que desfechará numa perseguição implacável a todos os 
que se oponham ao aborto. 
Até onde chegará esse processo? Depende dos próprios católicos, 
que devem resistir e se fazer ouvir pelas multidões, ao mesmo tempo 
ávidas e desconcertadas. Ávidas de lutar contra tão vasta 
conspiração para espezinhar princípios sagrados, e desconcertadas 
com as tão freqüentes omissões daqueles que deveriam defendê-los, 
inclusive dentro do clero. A Divina Providência protegerá, 
inspirará e alentará os católicos fiéis a resistir e a lutar de 
forma legal, mas com valentia e intransigência, na defesa da fé e da 
moral verdadeiras. 
Se cumprirmos desse modo o nosso dever de católicos, com a ajuda 
incomparável da Santíssima Virgem, a Santa Igreja terá uma 
vitória como poucas houve ao longo de sua gloriosa história já duas 
vezes milenar. 
O INTERNATIONAL PREGNANCY ADVISORY 
SERVICE - IPAS 
O Serviço Internacional de Aconselhamento na Gravidez começou 
apenas como um instituto norte-americano que tinha essa finalidade, 
embora já promovesse a prática do aborto, tal como o IPPF. O 
IPAS tampouco queria entrar no negócio da fundação e gerência de 
clínicas abortistas, por julgá-lo comprometedor. 
No entanto, segundo Kissling, as mesmas fundações que obrigaram a 
IPPF a criar e gerenciar a maior rede de clínicas de aborto dos 
EUA, pressionaram o IPAS a fazer o mesmo em relação aos 
países subdesenvolvidos, onde o aborto era - e em certos casos 
continua sendo - ilegal. Assim, o IPAS omite em seu próprio 
nome a questão do aborto, sem dizer que o "conselho" que dá com 
mais freqüência às mulheres grávidas é de submeter-se a ele. Em 
suma, é um nome inócuo ocultando uma realidade iníqua. 
Com efeito, na sua página da internet, o IPAS afirma que 
trabalhou durante três décadas para incrementar a capacidade das 
mulheres de exercer seus direitos sexuais e reprodutivos, reduzindo as 
mortes e lesões causadas pelo aborto inseguro. Os programas globais e 
locais incluem treinamento, investigação, advocacia, distribuição 
de equipes para cuidar da saúde reprodutiva e da difusão de 
informações. 
Atualmente o IPAS, com a conivência de autoridades da saúde, 
administra cursos de técnicas abortivas para mais de mil novos médicos 
por ano no Brasil. A desculpa é que tais cursos são para capacitar 
os médicos a realizar abortos em casos de estupro. A lei penal 
brasileira proíbe o aborto, admitindo não sua legalidade, mas sua 
impunibilidade em duas hipótese: o aborto terapêutico e o aborto em 
virtude do estupro (artigo 128 do Código Penal). Mas, na 
verdade, o que o IPAS visa é formar no País quadros imensos para 
promover o aborto em todas as circunstâncias. 
Por exemplo, em janeiro de 2007 o IPAS deu um curso sobre 
técnicas de aborto na Maternidade Ana Braga, de Manaus. Em 
fevereiro, cursos análogos foram ministrados no Hospital Fernando de 
Magalhães, do Rio de Janeiro; na Maternidade Moura Tapajós, 
de Manaus; na Santa Casa de Sobral (CE); em Palmas (TO); 
em São Paulo; no Hospital da UNIC de Cuiabá; na Santa Casa 
de Goiânia e em outros hospitais dessa cidade. Em março foi a vez 
do Hospital Universitário de Santa Maria (RS). Para abril 
estavam previstos dois cursos no Instituto de Perinatologia da 
Bahia; e para maio, na Secretaria Estadual da Saúde de Boa 
Vista, em Roraima. 
Os cursos do IPAS - indicados na sua página 
http://www.ipas.org.br/agenda.html 
são anunciados publicamente e com antecedência há mais de dez anos, 
desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, e ninguém 
nunca tomou nenhuma providência a respeito do assunto, tanto na classe 
médica quanto fora dela.
 
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