Sunday, June 17, 2007

"Os Cadernos do Cárcere" do movimento gay – Parte I
por Gerson Faria
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5855

Associar imagens emocionalmente negativas a quem se opõe à ideologia: reedição pelo movimento gay das estratégias comunista e nazista.

After the Ball : "Os Cadernos do Cárcere" do movimento gay – Parte I

por Gerson Faria em 15 de junho de 2007

Resumo: As técnicas de manipulação de consciências utilizadas pelo movimento gay são muito amplas, indo desde a simples fabricação de estatísticas até as mais elaboradas, como a dissonância cognitiva.

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"Como todas as emoções, a fúria tem seu propósito, hora e lugar. Quando a situação torna-se intolerável, uma opressão insustentável, quando milhões nem ao menos ousam gritar sob o calcanhar da injustiça, a fúria é a resposta apropriada. A fúria galvaniza. Ela encorajou os autores a pensar a partir da situação difícil de nossa comunidade. Agora ela deve nos guiar a todos à ação decisiva. A América nos 1990 é o lugar e a hora para a fúria – fria como gelo, controlada e direta. Se nós o agitamos [você leitor] deliberadamente nas páginas deste livro, não foi para vê-lo babando de raiva e impotentemente furioso, nem para correr gritando slogans e quebrando janelas em uma extemporânea 'Noite dos Cristais'. Isso pertence ao impensado e excessivo passado. Pelo contrário, é para ajudar a equipá-lo com o poder motivador – a gasolina psíquica –, a fazer o que precisa ser feito, sobriamente, habilmente, rapidamente.
Porque, você sabe, o baile terminou. Ao vigésimo aniversário de Stonewall, eles estão finalmente recolhendo as cadeiras, embalando a poncheira e retirando as bandeirinhas. As máscaras funcionaram e os ridículos vestidos de baile tiveram sua última despedida. O belo salão está vazio. Amanhã, a verdadeira revolução gay se inicia. Pois então vá para casa, troque-se e esteja na estação às oito".
O trecho acima foi extraído do livro 'After the Ball – How America will conquer its fear and hatred of Gays in the 90's' (p.382) (Depois do baile – Como a América vencerá seu medo e ódio de gays nos anos 90), por Marshall Kirk e Hunter Madsen.
Lançado em 1989, é considerado o manifesto gay par excellence para os anos 1990, por sua objetividade (embora com certa afetação de erudição), visão estratégica e factibilidade. É um verdadeiro manual prático do "homossexualismo bom moço", trazendo a nova estratégia para ganhar a opinião pública e a aceitação social completa. Tudo o que lá se encontra foi utilizado nesses mais de 15 anos, e pode-se dizer que funcionou.

Os autores são ambos homossexuais, formados por Harvard nos anos 1980; Kirk em neuropsiquiatria e Madsen em política. Não espere encontrar neste manifesto choros de gays burocratas e de travestis violentados, como observa quem lê o panfleto 'Brasil Sem Homofobia'. O que encontramos é aplicação direta de Sun-Tzu, Goebbels, Pavlov, Kinsey, Leon Festinger, que, é claro, viria a ser apropriado por nossos gays burocratas.
O que os autores propõem ao movimento gay é uma mudança completa de estratégia. Criticam as antigas lideranças pelo fracasso, pela falta de tato e sutileza e partem para a nova ofensiva, muito mais sutil na estratégia, cruel e fulminante nos resultados. Criticam veementemente as atitudes de confrontação e de assédio direto e depositam toda a esperança na autovitimização, parte de sua receita de engenharia comportamental. Pode-se dizer que Stonewall está para Lênin assim como Kirk & Madsen estão para Antonio Gramsci. Enquanto o primeiro não se furtava ao terror e ao ataque direto em busca de seus fins, o segundo é muito mais elaborado, ocidentalizado, sub-reptício, mas não menos revolucionário.

Para citar uma primeira mudança, em nenhum momento reclamam de suposto preconceito contra o fato da então chamada "peste gay" ter tido como primeira vítima o atendente de bordo homossexual Gaetan Dugas. Apenas capitalizam sabiamente a posterior disseminação da AIDS para corroborar ex post facto sua tese de que há mais gays enrustidos do que supõe a vã sociologia heterossexual.
E não desperdiçam o que chamam de "oportunidade de ouro" ou "oportunidade inescapável" do advento da AIDS:
"… por essas razões, a AIDS, embora um canhão perdido, ainda é um canhão. Tão cínico como possa parecer, ela nos oferece uma oportunidade, embora breve, de nos estabelecermos como uma minoria legitimamente vitimizada, merecendo proteção e cuidados especiais da América. Ao mesmo tempo, ela gera histeria de massa, precisamente do mesmo tipo das lapidações e das colônias de leprosos da Idade das Trevas (sic) e anteriores; e também produziu uma diminuição impressionante na violência antigay observada...". (intro, xxvii)
Também faz parte da nova estratégia a "redução de danos" causada à imagem do movimento por grupos pedófilos, como a Associação Norte-Americana do Amor entre Homens e Garotos (NAMBLA):
"(…) é claro, a comunidade gay tem, é triste dizer, algumas conexões sombrias com grupos suspeitos de molestar crianças, como a NAMBLA, que somente enegreceu (blackened) nossa reputação (…)". (p.43)
Além desses exemplos, há muitos outros de mudanças de modelo que, se sistematizados, tomam a forma da seguinte tabela, expondo a diferença entre as antigas crenças e as propostas por Kirk e Madsen. É o que chamam de "agenda para a mudança":

Crenças correntes Crenças preferidas
(1) Gays não merecem muita atenção dos heteros. Gays são uma parte valiosa da sociedade americana: devemos nos familiarizar com sua natureza, cultura, notícias e heróis.
(2) Gays são pouco numerosos; não conheço nenhum gay. Gays constituem uma grande minoria de nossa sociedade; e alguns de meus amigos e familiares são gays.
(3) Gays são facilmente identificáveis. Eles não são: a maioria deles se parecem com qualquer um.

(4) Gays tornam-se gays por causa do pecado, insanidade e sedução. Sensações sexuais não são na verdade escolhas de alguém: homossexualismo é tão saudável e natural para algumas pessoas quanto o heterossexualismo o é para outras.

(5) Gays são pervertidos e viciados em sexo. A vida sexual e amorosa da maioria dos gays e heteros hoje são parecidas e convencionais.

(6) Gays são improdutivos, membros da sociedade em que não se pode confiar. Gays são trabalhadores, patriotas americanos.

(7) Gays são suicidamente infelizes. Os gays poderiam ser tão felizes quanto qualquer um, bastando serem tratados com justiça.

(8) Atos homossexuais e contatos íntimos em público são ilegais em mais da metade da nação. Todo ato sexual consensual entre adultos é descriminalizado; nenhuma discriminação é permitida entre heteros e gays no conteúdo e aplicação das leis.

(9) Liberdade de expressão e representação por gays são impedidos por intolerância pública. Gays devem possuir, por lei especial se necessário, a mesma oportunidade de expressão (incluindo o acesso à grande mídia) como os heteros desfrutam.

(10) Direitos de gays ao trabalho, proteção e acomodações públicas são limitadas pela intolerância pública. Aos gays serão asseguradas, por ação afirmativa se necessário, iguais oportunidades relativas a esses assuntos.

(11) Casais gays não podem se casar legalmente (e nem desfrutar de direitos de propriedade resultantes disso) e nem são seguros seus direitos em relação à adoção. Aos gays são permitidos todos os direitos padrão de casamento e parentesco.

(12) Gays são freqüentemente vítimas de zombaria, maus tratos e brutalidades. O público não mais apóia esse comportamento, que tornou-se tão socialmente incorreto, desacreditado e repugnante como o racismo e o anti-semitismo.

É interessante notar a engenharia comportamental presente nas "crenças preferidas", já dadas como fatos, o que na verdade eram os resultados visados à época.
Fazer o caminho inverso, ou seja, tratar como fato consumado o que na verdade ainda levaria algum tempo para ser conquistado, revela uma das técnicas de manipulação das consciências, caracterizando claramente um processo de desinformação.

E, observando nos dias de hoje, as "crenças preferidas" ou já são realidades ou estão em vias de ser, não importando se as "crenças correntes" correspondam ou não a problemas reais, pois, como afirmam, tratam-se de "crenças". Também creio ser desnecessário relativizar os valores, afirmando que pertencem ao movimento gay norte-americano, pois o discurso e a prática são os mesmos, aqui e lá. Obviamente, com o atraso característico.

As técnicas de manipulação de consciências utilizadas pelo movimento gay não se esgotam aí e nem são todas simples como essa.

Na parte II deste artigo veremos outras técnicas de persuasão propostas pelos autores e que foram posteriormente utilizadas, de forma ampla pelo ativismo gay dos anos de 1990 até hoje, obtendo sucessos estrondosos.

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