Monday, August 27, 2007

Apoio a aborto leva bispo a deixar a Anistia Internacional

(21/8/2007) Estado de São Paulo
http://www.ccr.org.br/a_noticias_detalhes.asp?cod_noticias=1275
Bispo católico inglês que integrava a ONG de direitos humanos há 31 anos decide romper com a Anistia
Ansa
LONDRES - O bispo católico de East Anglia (Inglaterra), Michael Evans, renunciou a sua posição como membro permanente da Anistia Internacional (AI), pois é contrário ao apoio manifestado pelo organismo à realização de abortos em mulheres estupradas.
Evans pôs fim a sua relação de mais de 31 anos com a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres.
Segundo o jornal The Independent, a decisão do prelado inglês pode ser seguida por outros membros da hierarquia católica na Inglaterra, que são contrários à postura da Anistia.
Após votação ocorrida na semana passada, o comitê internacional da AI posicionou-se favorável à descriminalização do aborto e à facilitação do acesso às mulheres que desejam interromper a gestação após terem sido violadas ou abusadas sexualmente.
Evans, 56 anos, que recentemente havia composto uma oração para os postais da campanha da Anistia, declarou que os católicos não aceitam que um grupo que defende os direitos humanos "apóie a violência contra uma criança ainda não nascida".
"Com muito pesar ponho fim a 31 anos de pertencimento à Anistia Internacional, que incluíram vários anos como membro do conselho britânico (da AI) e coordenador de grupos religiosos em painéis na década de 1980", afirmou o religioso.
"Entre todos os direitos humanos, o direito à vida é fundamental e certamente esta decisão dividirá os membros da Anistia e ameaçará o trabalho vital que eles realizam", acrescentou.
O bispo afirmou, porém, que a Igreja Católica compartilha com a Anistia a responsabilidade de se opor à violência contra a mulher.
Segundo ele, "a violência terrível não deve ter como resposta mais violência contra a forma de vida humana mais vulnerável e indefesa no ventre de uma mulher".
"Não existe direito humano ao aborto, e a Anistia Internacional não deveria se envolver em semelhantes casos extremos", opinou.
Evans integrou-se à AI em 1976, um ano após sua ordenação. A Anistia Internacional foi criada em 1961, pelo advogado convertido ao catolicismo Peter Benenson, que lutava pela libertação de presos políticos e por julgamentos justos para os acusados de crimes ideológicos.
Na semana passada, a ONG declarou, na Cidade do México, que apóia o direito ao aborto, por exemplo, no caso das mulheres de Darfur, no Sudão, que foram estupradas e que, ao engravidarem, sofrem com o isolamento em suas próprias comunidades locais.
Em junho, o Vaticano já havia instado os católicos de todo mundo a reconsiderar seu apoio à Anistia e disse que ser favorável ao aborto "é apoiar o assassinato".

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