Friday, May 11, 2007

MARCHA EM BRASÍLIA
Pressão pela vida

Cinco mil manifestantes participaram de passeata contra a legalização do aborto. Carta foi entregue ao vice-presidente

Manuela Borges


Uma passeata pela vida. Foi como os organizadores definiram a manifestação que aconteceu ontem, na Esplanada dos Ministérios, contra a legalização do aborto no País. Mais de 13 entidades entre frentes parlamentares e movimentos sociais participaram da caminhada, que saiu da Catedral e seguiu até a Praça dos Três Poderes. Segundo estimativas da Polícia Militar, cerca de cinco mil pessoas estiveram presentes no evento.

No início da passeata, houve um minuto de silêncio em respeito à morte do fundador do Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), deputado federal Enéas Carneiro. "Ele era um dos parlamentares mais engajados na luta contra a legalização do aborto", comenta Dolly Guimarães, advogada e presidente da Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida.

Dolly veio de São Paulo representando mais de três mil paulistanos que participam da federação. "A ONU vem promovendo uma jornada a favor da legalização do aborto, alegando que a prática é um direito humano da mulher. Só que eles se esquecem de que o ser humano que está dentro do útero materno também tem direito à vida", acredita Dolly.

As pessoas engajadas na passeata denunciam o que, segundo elas, está por trás da indústria do aborto: controle populacional, a constituição de uma raça superior, eliminando fetos com deficiência, e a venda dos tecidos de bebês abortados.

Para a psicóloga e representante do Movimento Nacional em Defesa da Vida e da Família, Rosângela Justino, todos estão perplexos com a apologia que vem se fazendo no Brasil para legalizar o aborto. "Sabemos que por trás disso há uma desconstrução social, que visa minar os conceitos e valores da família", afirma a psicóloga.




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600 mil assinaturas


Muitos parlamentares participaram da caminhada contra o aborto, entre eles o deputado federal Robson Rodovalho (DEM-DF). Segundo o deputado, mais de 600 mil assinaturas foram recolhidas para serem entregues, junto com a Carta de Brasília contra a legalização do aborto, ao vice-presidente da República, José Alencar. "Ao todo, 25 deputados federais foram recebidos na audiência e a receptividade foi a melhor possível", conta o deputado.

Rodovalho conta que Alencar se mostrou sensibilizado com a causa e até assinou um documento solicitando uma providência junto ao Ministério da Saúde para que os valores da vida e da família sejam preservados nas diversas políticas públicas.

"Também pedimos para que a Portaria 1.508/05, que autoriza mulheres vítimas de estupro a interromper a gravidez, mesmo sem apresentar boletim de ocorrência policial, seja revista pelo governo", informou o parlamentar.

Assim como Rodovalho, o deputado Luiz Bassuma (PT-BA), também não concorda com o plebiscito para consultar a população sobre o aborto. "Semana passada, uma pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo mostra que 97% dos brasileiros são contra a prática, logo não há por que gastar recursos para realizar um plebiscito".




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Causa une religiosos


Esta foi a primeira vez que católicos e evangélicos se reúnem em prol de uma causa comum. Ambos os segmentos religiosos renegam os métodos contraceptivos pregando a abstinência sexual como a melhor forma para evitar uma gravidez indesejada.

O representante da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Berardo Graz, argumenta que este é o grande desafio do Evangelho para o milênio: "É muito mais valioso um relacionamento ser mantido na castidade até a concretização do casamento do que a profanação do sexo".

O deputado Luiz Bassuma que é espírita, acredita que esta é uma visão errônea da Igreja Católica e evangélica. "Sou a favor de todos os métodos contraceptivos, mas a partir do momento em que uma vida está sendo gerada, sou radicalmente contra a eliminação deste ser humano por meio do aborto", enfatiza Bassuma.

Segundo ele, o governo tem recursos suficientes para que sejam criadas políticas públicas de prevenção à gravidez indesejada e controle da natalidade, sem que isto fira o 5º Artigo da Constituição, onde diz que o direito à vida é inviolável.



Publicado em: 09/05/2007

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