EUA: Gays e democratas reagem a declarações de general sobre homossexualidade
Ter, 13 Mar, 05h07
Mensagem enviada pelo Dr. José Maria Nascimento Pereira:
(atualiza com um comunicado do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas) Washington, 13 mar (EFE).- As declarações do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas americanas, o general Peter Pace, no sentido de que a homossexualidade é "imoral", despertaram a ira da comunidade gay e de alguns legisladores democratas.
Pace disse ontem em entrevista ao jornal "The Chicago Tribune" que gays e lésbicas não deveriam ser tolerados no serviço militar americano, deixando clara sua posição sobre o tema.
Além disso, o oficial de alta patente comparou a homossexualidade ao adultério e disse que as Forças Armadas "punem esse tipo de comportamento imoral".
"Acho que atos homossexuais entre dois indivíduos são imorais e não devemos permitir atos imorais", disse Pace, que, depois das reações geradas por suas declarações, esclareceu que suas opiniões são pessoais e decorrentes da educação que recebeu.
Em comunicado divulgado hoje, o chefe do Estado-Maior reiterou que apóia a política sobre o tema em vigor nos Estados Unidos, conhecida como "Don't Ask, Don't Tell", segundo a qual os militares não perguntam a colegas sobre sua orientação sexual, mas também não anunciam a própria.
Além disso, Pace disse que em suas declarações deveria ter focado mais em seu apoio a essa política, e "menos" em seus "pontos de vista morais".
"O mais importante a ser lembrado é que temos uma política a respeito, e o Departamento de Defesa tem a responsabilidade legal de implementá-la", acrescentou Pace, que reconheceu que tema é bastante "sensível".
Antes, assessores de Pace tinham dito que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas americanas não pretendia pedir desculpas por suas palavras.
Sob a condição de não serem identificados, diversos oficiais da equipe do general reiteraram a diferentes meios de comunicação que, com suas declarações, Pace expressava opiniões pessoais, e não tinha a intenção de se retratar.
Por sua vez, o legislador democrata Martin Meehan ressaltou que as declarações de Pace "não estão de acordo com o que pensa a maior parte da população e dos militares" americanos.
Meehan disse ainda que a política defendida por Pace abre mão de bons soldados, em nome da implantação de "uma custosa política de discriminação".
Em 1993, após longas negociações entre o Governo do presidente Bill Clinton e o Congresso, uma lei autorizou o ingresso de homossexuais no serviço militar americano, desde que estes não assumissem publicamente sua orientação sexual.
Ao mesmo tempo, o texto proibia a entrada nas Forças Armadas de gays e lésbicas que declarassem abertamente sua homossexualidade.
Luis Vizcaíno, porta-voz do grupo de defesa dos direitos dos homossexuais "Human Rights Campaign", disse que as palavras de Pace eram "insultuosas" e "ofensivas" para os homens e mulheres que servem "com honra" nas Forças Armadas.
"Neste momento, há homens e mulheres que lutam no front, que estão nas trincheiras e que servem a seu país. A orientação sexual delas nada tem a ver com sua capacidade para servir aos militares americanos", acrescentou Vizcaíno.
Por sua vez, o grupo independente "Servicemembers Legal Defense Network" (SLDN, na sigla em inglês), que luta contra a discriminação dos homossexuais que servem nas Forças Americanas, ressaltou que as declarações são uma "falta de respeito" aos "65.000 soldados homossexuais" americanos. EFE
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